22.4.08

Cineclube Natal - 121ª exibição: 12 Homens e Uma Sentença


O mais intrigante filme de tribunal

Muito antes de 12 Homens e Outro Segredo, 12 Homens e Uma Sentença foi lançado. Mesmo com os nomes parecidos e até confundíveis, os filmes possuem histórias bem diferentes, 12 Homens e Uma Sentença se constitui um filme de tribunal, mas que vai bem além dos roteiros usualmente vistos. Não por acaso o filme foi considerado em 2002 o 23º melhor filme de todos os tempos por uma pesquisa feita pelo site IMDb e merece ser visto. O Cineclube Natal então traz para você a oportunidade de assistir esse clássico tão consagrado pelos críticos. 12 Homens e Uma Sentença, do diretor americano Lumet, será exibido na Assembléia Legislativa nesta quinta feira, 24 de abril, às 18 horas. O ingresso é gratuito e todos os espectadores ganham pipoca, mas não devem estar vestindo minissaias, bermudas ou descalços. O Cineclube Natal ressalta mais uma vez a importância da sua presença nas sessões para que assim não seja apagada a magia do cinema em Natal.

12 Homens e Uma Sentença gira em torno da morte de um homem onde os indícios mostram que seu filho pode ser o assassino. No entanto, o filme não se restringe ao crime e sim ao processo de decisão da sentença do homem acusado. Dentre os jurados, um, o arquiteto Davis interpretado por Henry Fonda, dentre os 12 não votou pela condenação do réu, pois não está convencido da culpa do filho no assassinato. Mesmo sem crer na inocência do réu, ele parece querer avaliar bem o seu voto, para não condenar injustamente. Nesse processo de decisão, algumas pessoas começam a modificar as concepções que as fizeram condenar o rapaz e a tentar julgá-los deixando de lado os seus preconceitos.

Ou seja, o filme realmente se volta para a relativização contida no processo decisório da culpa ou inocência de uma pessoa em um crime, já que cada um que julga, toma suas decisões de acordo com experiências vividas. O fato dos 95 minutos do filme se passar dentro da sala onde estão os jurados, evidencia esse aspecto que o diretor quer mostrar, pois o homem julgado só aparece em uma cena do filme, só opiniões ao seu respeito.

12 Homens e Uma Sentença deu à Lumet o Urso de Ouro de melhor diretor, o prêmio da crítica internacional (Fipresci) e o da Organização Católica Internacional para o Cinema (Ocic). O roteiro do filme, escrito por Reginald Rose e a fotografia, de Boris Kaufmann, são fundamentais para acentuar o clima asfixiante no grupo de jurados e também nos espectadores. O filme é considerado pelos críticos como uma obra de grande valor humanista.

Cine Assembléia
Quinta-feira, 24 de abril
18hAssembléia LegislativaPraça Sete de setembro, S/N, Cidade Alta
Entrada gratuita
Classificação etária: 14 anos

[FICHA TÉCNICA; DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA]
Título: 12 Homens e uma Sentença
Título Original: 12 Angry Men
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: Reginald Rose
Gênero: Drama/Policial
Origem: Estados Unidos
Duração: 96 minutos
Tipo: Longa
Ano de Produção: 1957
Faixa Etária: 14 anos
Elenco:
Ed Begley SrE.G. Marshall, Henry FondaJack, KlugmanJack, WardenLee J. Cobb,Martin Balsam

cineclubenatal@grupos.com.br (fórum)
cineclubenatal@cineclubes.org
http://www.cineclubenatal.blogspot.com
www.fotolog.com/cineclubenatal
Comunidade Cineclube Natal no Orkut

8805 - 4666 / 9406 – 8177 / / 9404 – 8765

15.4.08

Cineclube Natal - estréia do Cine Curumim adiada para Maio


Estréia do "Cine Curumim"
adiada para Maio

O Cineclube Natal informa que devido à agenda do SESC/RN o projeto Cine Curumim, uma parceria entre as duas instituições, tem sua estréia adiada para o mês que vem.

O filme "A Viagem de Chihiro", programado para abrir esta sessão em 19 de Abril, continua na programação e será exibido no dia 24 de Maio.


Agradecemos a compreensão,
Diretoria do Cineclube Natal


9.4.08

Cineclube Natal - 120ª exibição: O Homem que Amava as Mulheres


O Homem que amava as mulheres na sua essência

O Cineclube Natal em parceria com o Teatro de Cultura Popular exibe neste domingo, 13 de abril o belo filme francês, O Homem que Amava as Mulheres, do diretor François Truffaut. O clássico continua o tema do Cineclube Natal do mês de abril, filmes franceses. A sessão Cine Vanguarda acontece no Teatro de Cultura Popular às 17h e os ingressos custam R$2,00. Sócios do Cineclube Natal e afiliados da ADURN não pagam.
Bertrand é um homem que ao longo da vida cativou uma verdadeira paixão sobre as mulheres, por todas, sem exceção. A sua fascinação é tanta, que ele considera que as pernas femininas são "compassos que percorriam o globo terrestre em todas as direções, dando-lhe equilíbrio e harmonia". Mas mesmo com sua vida marcada de inúmeros casos e paixões, ele vai se mostrando no filme uma pessoa sensível a todas as suas experiências amorosas e o que aparece é um homem solitário que procura no afago feminino uma forma de tornar a vida menos dolorosa. O filme, na verdade, é uma autobiografia que o personagem decide escrever sobre a sua vida amorosa.

Acredita-se que, como a quase totalidade das obras de Truffaut, esse filme se trate de mais uma história autobiográfica, porque assim como seu personagem Bertrand Morane, Truffaut era um sedutor, embora não encarasse a conquista como um jogo, mas sim como verdadeira paixão por ela. Embora, a idéia do casanova como protagonista veio de um amigo de Truffaut, Michel Fermaud, velho conhecido de Truffaut, também um conquistador. O diretor pediu ao amigo que reunisse o maior número de anedotas sobre suas conquistas para transformá-las, no que maus tarde seria um de seus melhores roteiros.

O filme, lançado em 1977, foi sucesso de bilheteria, mas sofreu protestos das feministas que o consideraram "misógino e até machista". Crítica injusta, se pensarmos que o filme traz uma brilhante discussão sobre a harmonização das relações humanas.
Sessão Cine Vanguarda
Domingo, 13 de Abril
17 h
Teatro de Cultura Popular
Rua Jundiaí, 641, Tirol(ao lado da fundação José Augusto)
R$ 2.00
Classificação etária: 14 anos

[FICHA TÉCNICA: O HOMEM QUE AMAVA AS MULHERES]
Título Original: "L 'Homme Qui Aimait Les Femmes"
Direção: François Truffaut
Roteiro: François Truffaut, Michel Fermaud, Suzanne Schiffman
Fotografia: Nestor Almendros
Música: Maurice Jaubert
Produção: Films Du Carrosse
Elenco: Charles Denner, Brigitte Fossey, Nelly Borgeaud, Geneviève Fotanel, Nathalie Baye, Sabine Glaser, Valérie Bonnier, Martine Chassaing, Anna Perrier, Leslie Caron, Roger LeenhardtCor,
Duração: 118 min
País/ Ano: França , 1977

Cineclube Natal - MANIFESTO "A SALA ESTAVA ESCURA, MAS NOTAMOS A SUA FALTA!"


MANIFESTO


(clique para ampliar)


A sala estava escura, mas notamos a sua falta!

A magia da sala escura tem início bem antes do apagar das luzes. Na realidade, começa com a compra criteriosa das "baganas", a escolha do lugar mais estratégico e que ofereça um ângulo perfeito de visão, a procura da posição mais confortável na poltrona. Quem curte cinema sabe muito bem o quanto esse ritual é gostoso.

Mas existe uma coisa mais gostosa do que isso: observar a platéia deslumbrada e envolvida com as nuances de cada trama, com as peripécias de cada personagem, com a atuação da estrela preferida. Um prazer que o Cineclube Natal faz questão de proporcionar ao público desde maio de 2005.

Mas o questionamento que nós fazemos hoje é o seguinte: onde está o público do Cineclube? Afinal, nós sabemos que ele existe. Estaria subjugado ao controle da TV? Possuído por uma preguiça tão descomunal, a ponto de não poder se locomover até a sessão mais próxima? Ocupado com uma agenda interminável de compromissos sociais? Preso aos grandes atrativos das salas de cinema dos Shoppings Centers?

Diante dessa inexplicável fuga de espectadores, de todas as sessões, não restou ao Cineclube outra alternativa a não ser REDUZIR o número de sessões. Por isso, a partir do mês de abril a programação cai de sete para quatro exibições mensais, se mantendo apenas uma de cada projeto de exibição: “Cine Vanguarda”, no Teatro de Cultura Popular ‘Chico Daniel’; “Cine Café”, no Nalva Melo Café Salão; “Cine Assembléia”, na Assembléia Legislativa; e “Cine Curumim”, a nova sessão de cinema infanto-juvenil, em parceria com o SESC/RN, no Cine SESC, da avenida Rio Branco.

Mais do que um esclarecimento, este manifesto também é um grito de alerta, um desabafo provocativo. Uma forma de dizer: "A sua cidade tem opções culturais, sim. Programas baratos, gratuitos e de qualidade. Talvez o que falte em você é coragem de levantar desse sofá, meu amigo".

Portanto, que fique bem claro: o Cineclube não é só entretenimento. Você que quer somente ver o filme, será muito bem-vindo. Mas o espaço é também de interação, socialização e debate. Aonde o contemporâneo e o clássico se complementam, a paixão pelo cinema e o trabalho voluntário se encontram, a troca de idéias e visões de mundo sem intelectualismo exagerado, convivem lado a lado.

Portanto, SUA AUSÊNCIA é o único motivo de estarmos reduzindo o número de sessões, indo, a contragosto, no sentido oposto ao desenvolvimento cultural. Nossas atividades só têm sentido se VOCÊ estiver presente. Caso contrário, seremos obrigados a encerrar nossas atividades. E você, meu amigo, continuará fazendo parte da legião de espectadores acostumados a repetir aquele velho e gasto discurso: "Não há nada de bom para ver nesta cidade”.

Cineclube Natal, 08.04.08

2.4.08

Cineclube Natal - 119ª exibição: A Grande Testemunha


O Ápice do Cinema de Bresson



O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Salão Café, apresenta nesta próxima sexta-feira, 04 de abril, um dos belos exemplares do cinema francês da década de sessenta, "A Grande Testemunha", de Robert Bresson.

Bresson foi, sem dúvida um dos mais peculiares diretores franceses de seu tempo. Autor de filmes memoráveis, dentre eles "Pickpocket" e "O dinheiro", preferia não trabalhar com atores profissionais, para que a técnica não poluísse a pureza do personagem e da história contada.
Conhecido pelo rigor formal absoluto e pela obsessão em construir narrativas cada vez mais despidas de emoções manipuladoras, Bresson preferia empregar atores não-profissionais, pois achava ser mais fácil obter deles desempenhos neutros, sem expressões faciais exageradas. Por isso, "A Grande Testemunha" (Au Hasard Balthazar, França/Suécia, 1966) costuma ser considerado o filme mais bressoniano de Robert Bresson, já que o protagonista não é um ser humano, mas um burro de carga. Ao decidir narrar a história da vida desse burro (cujo nome de batismo é Balthazar), do nascimento até a morte, o cineasta francês foi coerente com os princípios que regem seu trabalho. Como é óbvio, um animal é o ator "perfeito" para um diretor como Bresson, já que um jumento não possui expressão facial, e qualquer sentimento que porventura pareça sentir aparece apenas na cabeça do espectador, previamente treinado – pelos filmes ditos "normais", que usam a gramática regular do cinema – para sentir aquilo que o personagem principal sente.

A observação do curso da vida que empreende Bresson neste filme vem pelos olhos de Balthazar, no seu percurso de dono em dono, de mal-tratos a mal-tratos. Os closes nos olhos do animal fazem dele espectador privilegiado e personagem central, que parece entender de "destino" mais e melhor que qualquer humano. Parece conhecer mais de perto o andar da vida, suas dobras, envergaduras e ironias. Quando da sua chegada ao circo, ao passar entre as celas dos outros animais, comunica-se com eles em seu silêncio, reconhecendo que tudo os ultrapassa e que seu destino, provavelmente triste, não pertence a eles.

O olhar de Bathazar que pauta todo o filme dá a exata dimensão da observação do mundo. Porque os animais sabem melhor do que ninguém do caminhar dos dias, da vida e da morte. Reagem como podem, momento a momento, a suas alegrias e infortúnios. A maneira distanciada com que percebemos os personagens bressonianos é, portanto, perfeitamente identificável com a vivência impassível dos animais, em pacto secreto com a natureza, mas livres de qualquer ação empreendedora. Que venha o que vier. Por tudo isso, "A Grande Testemunha" é, em última instância, o maior triunfo de Bresson. Nele temos uma filme capaz de fazer a platéia se comover, sentir pena, fúria e compaixão, apenas através do uso da técnica, sem que seja preciso utilizar um pingo sequer de melodrama. Trata-se, enfim, de um filme belissimamente realizado, cujo paralelo que Bresson consegue traçar entre o burrinho e sua primeira dona, Marie (Anne Wiazemsky), uma jovem apaixonada por um rapaz malvado que judia tanto dela quanto de Balthazar, é cinematograficament e impecável.
Cine Café
Sexta, 04 de abril
20h
Ingresso: R$2,00 (no local)
Informações: 3212-1655
Nalva Melo Café Salão
Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira
[FICHA TÉCNICA: A GRANDE TESTEMUNHA]
- A Grande Testemunha (Au Hasard Balthazar, França/Suécia, 1966)
Direção: Robert Bresson
Elenco: Anne Wiazemsky, François Lafarge, Philippe Asselin, Nathalie Joyaut
Duração: 95 minutos