24.6.08

Cineclube Natal - 128ª exibição: Kiriku e a Feiticeira



O deslumbre da tradição africana
no Cine Curumim


Neste sábado, 28 de Junho, o Cineclube Natal tem uma programação voltada para as crianças e todos aqueles que gostarem de se divertir com um bom desenho animado, que consegue aliar diversão a conhecimento. É a exibição do filme Kiriku e a Feiticeira, do diretor francês Michel Ocelot, considerado um dos mais belos desenhos animado. A sessão Cine Curumim acontecerá neste sábado, 9:00 horas no Cine Sesc da Av. Rio Branco. O acesso é gratuito.

Com todo o fascínio da tradição africana, a animação francesa Kiriku e Feiticeira celebra a coragem, a curiosidade e a astúcia, baseada em uma lenda da África Ocidental. Na lenda uma comunidade é subjugada por uma terrível feiticeira, que secou a fonte d’água que abastece a aldeia. Habitante dessa aldeia, Kiriku é um menino do tamanho do joelho de um adulto, astuto e veloz que luta para libertar sua aldeia das mãos da feiticeira.

Kiriku e a Feiticeira é um filme cheio de lições de moral com cunho educativo, pois o corajoso menino aprende em sua luta que a origem de tanta maldade é o sofrimento e só a verdade, o amor, a generosidade e a tolerância, aliados à inteligência, são capazes de vencer a dor. O longa-metragem ganhou vários prêmios na França e em outros países, como o de Melhor Filme, Público Adulto e Infantil, no Festival Internacional de Filmes para Crianças de Chicago 1999 (EUA).

Michel Ocelot é um cineasta de animação com uma sensibilidade espetacular. Antes de dirigir o filme Kiriku e a Feiticeira, o diretor passou vinte anos produzindo curtas-metragens com uma série de televisão. Ao lhe proporem um longa-metragem, Ocelot pensou logo na África, sua casa dos seis e doze anos de idade, quando seus pais foram trabalhar na Guiné. Michel Ocelot consegue em seu filme retratar a África de maneira mais real que outros cineastas, mesmo que de forma fantasiosa. Kiriku e a Feiticeira é talvez o mais belo desenho animado realizado

Cine Curumim
Sábado, 28 de junho
9h00min
Cine SESCAv. Rio Branco, 375, Cidade Alta
Informações: 3212-1655
Entrada gratuita
Classificação etária: livre

[Ficha técnica – Kiriku e a Feiticeira]
Título original: Kirikou et la Sorcière / Kirikou and the Sorceress
Ano/ País: 1998, França, Bélgica e Luxemburgo
Tempo: 71 min
Censura: Livre
Gênero: Desenho animado
Direção: Michel Ocelot
Roteiro: Michel Ocelot
Produção: Didier Brunner, Paul Thiltges, Jacques Vercruyssen
Música: Youssou N´Dour
Edição: Dominique Lefèvre


8805 - 4666 / 9406 – 8177 / / 9404 – 8765

16.6.08

Cineclube Natal - 127ª exibição: O Homem que Virou Suco


Um Brasil que não mudou



A resistência de um poeta diante de uma sociedade opressora, esse é o tema da próxima sessão do Cine Assembléia, que exibirá o filme nacional com direção de João Batista de Andrade, "O Homem que virou suco". A sessão é uma parceria do Cineclube Natal com a Assembléia Legislativa


O filme conta a história de um poeta popular recém-chegado do Nordeste, que passa a viver em São Paulo um drama, ao ser confundido com um assassino. Deraldo vive de vender seus folhetos e poesias até o dia que é confundido com um operário de uma multinacional que mata o patrão na festa em que recebe o título de operário símbolo.

João Batista de Andrade faz uma forte crítica experimentando a narrativa popular, documentário e ficção. O filme foi feito em uma época em que o Brasil passava pelo fim da ditadura militar e por isso sofria mudanças. No entanto, essas mudanças que o país sofreu, não foram o suficiente para mudar o quadro de discriminação que o filme aborda, por isso "O Homem que Virou Suco" continua atual.

A sessão de exibição do filme "O Homem que Virou Suco" acontecerá quinta-feira, dia 26 de junho, na Assembléia Legislativa, Praça 7 de Setembro, Cidade Alta, às 18h. O acesso é gratuito.


Sessão Cine Assembléia
Quinta-feira, 26 de junho
18 horas
Assembléia Legislativa
Praça 7 de Setembro,
Cidade Alta
Classificação etária:16 anos


[FICHA TÉCNICA: O HOMEM QUE VIROU SUCO]
Título Original: O Homem Que Virou Suco
Gênero: Drama
Duração: 90 min.
Lançamento (Brasil): 1980
Distribuição: Dinafilme, embrafilme e CDI
Assistente de direção: Adilson Ruiz
Roteiro: João Batista de Andrade
Produção: Raiz Produções
Produção Executiva: Assunção Hernandes
Diretor de Produção: Wagner de Carvalho
Música: Vital Farias
Fotografia: Aloysio Raulino
Desenho de Produção: Marisa Rebolo
Figurino: Marisa Rebolo Edição: Alain Fresnot

10.6.08

Cineclube Natal - 126ª exibição: Ervas Flutuantes


A dualidade do lado
amargo e doce da vida


Muito diferente dos filmes óbvios e repetitivos que costumamos ver nos cinemas e nas sessões de TV aberta, Ervas Flutuantes do diretor japonês Yasujiro Ozu, tem um enredo denso e diverso que mostra a condição da família japonesa no pós-guerra, à beira do colapso. Para quem gosta de filmes que vão além do banal e de conhecer outras culturas, mesmo através da telona, uma boa oportunidade é assistir o filme Ervas Flutuantes que será exibido neste domingo, dia 15, no Teatro de Cultura Popular (TCP) pelo Cineclube Natal. A sessão Cine Vanguarda começa às 17 horas e será seguida de uma discussão sobre a obra. Os ingressos custam R$ 2,00, mas sócios do Cineclube Natal e da Adurn não pagam.

Ervas Flutuantes conta a história de uma companhia ambulante de atores de teatro kabuki, um espetáculo popular japonês, que por causa de um dos seus formadores, chega a uma pequena ilha de pescadores. Foi Komajuro, um ator de meia idade, quem quis aportar ali, para assim se aproximar de um filho que abandonou. Para isso ele começa a freqüentar a casa de uma antiga amante, Oyoshi, causando o ciúme da sua mulher Sumiko. Nesse meio tempo, a companhia, cada vez mais sem platéia, começa a falir.

O título do filme diz respeito à uma famosa analogia sobre as ukigusa, um tipo de erva japonesa que é arrastada pelos rios sem rumo e usada como metáfora para a vida dos atores. Ao final do filme, com a companhia desfeita e cada um para seu lado, Komajuro e Sumiko põe suas diferenças de lado e se juntam para tentarem a sorte em outra cidade, pois, como as ukigusas, a vida não lhes dá o direito de pararem.

O filme Ervas Flutuantes é a refilmagem de outra obra do próprio diretor, "A Story of Floating Weeds", porém com cor e som. O estilo Ozu está presente neste filme nos planos estáticos, com a câmara posicionada bem baixa, de tal forma que dá a impressão que estamos vendo as cenas de cócoras. Os personagens se dialogam olhando para a câmera, como se estivessem falando com o público.

Ozu é considerado o mais japonês dos diretores japoneses, e o seu filme "Tokyo Monogatari" (Viagem a Toquio, em português) é constantemente eleito como um dos melhores filmes de todos os tempos pelos críticos do mundo inteiro.

[FICHA TÉCNICA : ERVAS FLUTUANTES]
Título: Ervas Flutuantes
Título original: Ukigusa
Ano: 1959
Direção: Yasujiro Ozu
Roteiro: Kôgo Noda, Yasujiro Ozu
Gênero: Drama
Origem: Japão
Duração: 119 minutos / cor
Elenco: Machiko Kyô, Haruko Sugimura, Ganjiro Nakamura, Ayako Wakao, Hiroshi Kawaguchi, Hitomi Nozoe.

Sessão Cine Vanguarda
Domingo, 15 de Junho
17 h
Teatro de Cultura Popular
Rua Jundiaí, 641, Tirol(ao lado da fundação José Augusto)
R$ 2.00


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4.6.08

Cineclube Natal - 125ª exibição: A Balada de Narayama



Venha ouvir a Balada de Narayama no Cine Café


Nesta sexta-feira, dia seis de junho, o Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Salão Café apresentará às oito horas da noite, dentro do projeto Cine Café, a produção japonesa "A Balada de Narayama".

O filme se passa no fim do século XIX, em meio à pobreza e miséria que causavam guerras e emigração para terras estrangeiras em algumas regiões do Japão. Numa luta dura pela sobrevivência, instituí-se uma tradição amarga em um vilarejo remoto: ao completar 70 anos de idade, os idosos deveriam subir ao topo da montanha Narayama, uma região sagrada e, como elefantes velhos, deveriam esperar pela hora da própria morte, sozinhos.

Nesse contexto, temos a personagem principal do filme, que acabou de completar "a idade de ir à montanha". Entretanto, a perspectiva da morte lhe parece absolutamente natural, sendo sua maior preocupação, durante o desenrolar do enredo, a de encontrar uma esposa para seu filho mais velho que tome seu lugar como a matriarca da casa, pois, se não for assim, jamais poderá cumprir seu destino de maneira tranqüila. É um filme que trata de tradição, honra e aceitação. Uma reflexão poética e filosófica sobre o destino do homem e as obsessões que o atormentam: o sexo, o envelhecimento e a morte.

Em verdade, o filme é um dos melhores já feitos ao abordar a temática da velhice. A exemplo de clássicos como "Umberto D." e do também japonês "Viver", "A Balada de Narayama" nos apresenta um mundo cruel que não possui espaço para a sabedoria dos mais velhos, estando dominado pela força e energia, onde a fortaleza de espírito não pode ser páreo à decadência física. No entanto, ao contrário dos filmes citados anteriormente, a personagem principal não pode ser considerada uma vítima. Seu destino lhe é conhecido e ela aceita-o totalmente, sem restrições. Morrer se torna uma questão de honra e dignidade, não uma tragédia. Naquela sociedade sem escolha, onde a aliementação é escassa, a sobrevivência da vila depende desse extremo ato de altruísmo e morrer se torna o ponto alto de uma existência sofrida.

Um dos momentos mais belos do filme (mas sem ênfase melodramática) é a cena que o filho carrega a mãe nas costas até Narayama. É o encontro entre o velho e o novo, a profunda compreensão do laço que liga gerações. A partir destes elementos de extrema beleza humana, o mestre Shohei Imamura criou uma obra-prima de valor universal e foi laureada, por unanimidade, com a Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1983.Certamente um dos grandes filmes da década de 80, com os grandes desempenhos de Ken Ogata e Sumiko Sakamoto (que chegou a extrair os dentes frontais para poder caracterizar a velha). Imperdível.

Assista aqui ao trailer (japonês) de "A Balada de Narayama":


Cine Café
Sexta-feira, 06 de junho
20h
Nalva Melo Café Salão
(Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira)
Informações: 3212-1655
R$ 2.00
Classificação indicativa: 14


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[FICHA TÉCNICA: "A BALADA DE NARAYAMA"]
Título original: Narayama Bushi-Ko
País de produção: Japão
Ano de produção: 1983
Duração / cor: 128 minutos / colorido
Distribuição: Cinemagia
Direção: Shohei Imamura
Roteiro: Shichirô Fukazawa, Shohei Imamura
Produção: Goro Kusakabe, Jiro Tomoda
Música: Shinichirô Ikebe
Fotografia: Masao Tochizawa
Edição: Hajime Okayasu
Desenho de Produção: Nobutaka Yoshino
Direção de Arte: Tadataka Yoshino
Figurino: Kyoto Isho
Maquiagem: Seiko Igawa
Elenco: Sumiko Sakamoto, Ken Ogata, Seiji Kurasaki, Mitsuko Baisho, Nijiko Kiyokawa, Kaoru Shimamori, Fujio Tsuneda