22.6.09

Cineclube Natal - 162ª sessão: Sacco e Vanzetti


Cinema político no Cine Assembleía

Nesta quinta-feira, dia 25 de junho de 2009, o Cineclube Natal, na sua parceria cativa com a Assembléia Legislativa com o projeto "Cine Assembléia", apresentará o filme italiano Sacco e Vanzetti (1971), do diretor Giuliano Montaldo. A sessão começa às 18:00 horas e a entrada é gratuita - a pipoca também. A classificação etária é 14 anos.


Este consiste num dos melhores filmes do cinema político italiano dos anos 70. Apoiado na tocante canção tema de Joan Baez e Enio Morricone, o cineasta Giuliano Montaldo ( do excelente "Giordano Bruno") reconstituiu a história real dos imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeu Vanzetti, acusados de assassinato e levados a julgamento em 1921, nos Estados Unidos. Em um dos julgamentos mais manipulados da história, os dois são condenados à cadeira elétrica por um crime que, sabidamente, não haviam cometido. Ou o delito seria, simplesmente, serem anarquistas? Nos anos seguintes, a luta pela anulação da sentença leva milhares de pessoas às ruas em todo o mundo.

Interessante notar que a película mistura imagens de arquivo com excelente ambientação e figurino. Podemos ver imagens documentais de mobilizações e passeatas ao redor do mundo para que Sacco e Vanzetti fossem libertados. A câmera, muitas vezes, desempenha o papel de um olhar no meio da multidão, o que aumenta em muito a dramaticidade das cenas, em um movimento bastante particular. O roteiro também possui muito ritmo, dando dinamismo aos diálogos - notem que todos os atores curiosamente falam italiano, mesmo a história se passando nos EUA. Destaque para a atuação de Gian Maria Volonté, o grande ator italiano (que atuou , entre outros filmes no clássio "Um Homem Acima de Qualquer Suspeita") no papel de Bartolomeo Vanzetti, com uma soberba atuação digna dos maiores elogios.

A atualidade do filme de Montaldo é impressionante. Narrando a saga dos italianos injustiçados, o diretor aborda temas candentes em nossa sociedade como a manipulação da justiça, farsas processuais, dentre outros, que mantém sua relevância. Mesmo que nós saibamos os reais motivos da acusação falsa, o filme esmiuça, com grande competência, a construção dos subterfúgios, o interesse de transformar e caso e sua punição em um exemplo para conter a atividade de cunho anarquista . O filme é extremamente relevante nos dias de hoje por mostrar na figura dos italianos grande parte dos preconceitos e pré-julgamentos feitos a grupos étnicos como os mulçumanos e outros, não apenas nos Estados Unidos mas mundo afora.

Proibido no Brasil durante a ditadura militar, Sacco e Vanzetti é um filme inesquecível sobre uma página obrigatória contemporânea. Imperdível para aqueles que desejam uma reflexão madura sobre a pena de morte - e suas irreversíveis consequencias.

Assista aqui ao trailer (com legendas em português) de Sacco e Vanzetti:


Sessão Cine Assembléia
Quinta-feira, 25 de junho
18 horas
Assembléia Legislativa
Praça 7 de Setembro, s/n, Cidade Alta
Fone: 3232-5761
Entrada gratuita
Classificação indicativa: 14 anos


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[FICHA TÉCNICA: "SACCO E VANZETTI"]
Título original: Sacco e Vanzetti
País: Itália / França
Ano: 1971
Duração: 120 minutos
Cor: preto e branco / colorido
Idioma: italiano
Gênero: drama, histórico
Estúdio: Jolly FIlm, Unidis Largo Messina, Theatre Le Rex S.A., Ital-Noleggio Cinematografico
Roteiro: Fabrizio Onofri, Giuliano Montaldo, Mino Roli, Ottavio Jemma
Direção: Giuliano Montaldo
Produção: Arrigo Colombo, Giorgio Papi
Fotografia: Silvano Ippoliti
Música: Ennio Morricone
Figurino: Enrico Sabbatini
Edição: Nino Baragli
Desenho de Produção: Aurelio Crugnola
Elenco: Gian Maria Volontè, Riccardo Cucciolla, Cyril Cusack, Rosanna Fratello, Geoffrey Keen, Milo O'Shea

Principais premiações: Melhor Ator (Riccardo Cucciolla) no Festival de Cannes, Melhor Ator (Riccardo Cucciolla), Melhor Nova Atriz (Rosanna FRatello) e Melhor Trilha Sonora (Ennio Morricone) pelo Sindicato Italiano de Críticos; Indicado a Palma de Ouro (Giuliano Montaldo) no Festival de Cannes


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16.6.09

Cineclube Natal - Quarta Cultural [JUNHO]


Quarta Cultural
no Mercado de Petrópolis

Depois do sucesso da primeira edição, em maio, os boxes do Mercado de Petrópolis se juntam mais uma vez para lançar, definitivamente o projeto Quarta Cultural, que acontecerá mensalmente no mercado.

Nesse mês de junho as atrações serão a Feira de Antiguidades, o Re-lançamento do livro Dança em Seda Nua, de Lívio Oliveira, e as apresentações musicais de Camilo Lemos e do Projeto Pau e Lata.

As atrações começam a partir das 14hs e seguem noite adentro!

Confira a programação no panfleto abaixo: (clique para ampliar)



Quarta Cultural
Quarta-feira, 17 de junho
a partir das 14 horas
Mercado de Petrópolis
Hermes da Fonseca, 407, Tirol. Potengi, 459, Petrópolis
Fone: 3222-1558
Entrada gratuita
Classificação indicativa: 14 anos


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Cineclube Natal - 161ª sessão: Plataforma



Público natalense terá o privilégio de assistir
"A Plataforma", no Cinéphilie
- Em convênio com o Ministério das Relações Exteriores da França, o Cineclube Natal e a Aliança Francesa trazem o aclamado filme chinês, não lançado no Brasil -

Nesta quarta-feira, dia 17 de junho de 2009, o Cineclube Natal apresentará, em parceria com a Aliança Francesa dentro do projeto Cinéphilie, o filme A Plataforma (Zhantai, China/França/Japão, 2000), do diretor Jia Zhang-ke. A sessão começa às 17:00 horas e a entrada é franca. A classificação indicativa é 14 anos.


Um grupo de teatro amador da cidadezinha de Fenyang, na China, ganha a vida encenando e exaltando as ações do ditador Mao Tse Tung. O jovem Minliang é um dos atores e, quando não está ocupado com as atividades do grupo, fica com a jovem Ruijuan, com quem tem uma relação muito conturbada. E não demora para que ele descubra que a namorada está prometida a outro homem. Os meses passam e chegam os anos 80, sendo que com a abertura do mercado chinês o país começa a ter contato com a cultura ocidental e os hábitos que antes eram proibidos pelo regime político (como fumar, por exemplo) agora são permitidos. Diante da nova situação social e econômica do país, o futuro do grupo de teatro, mantido com verba estatal, é incerto.

A grande virtude do diretor Jia Zhang-ke ("Prazeres Desconhecidos", "Inútil", "O Mundo" e o inédito no Brasil "Pickpocket") reside no carinho e no tempo que dedica a seus personagens para que eles existam, na maneira como filma seus desejos e o espaço onde vivem. Plataforma herda seu nome de uma canção homônima, muito popular nos anos 80, um rock que expressa em sua letra o caráter sem muita esperança de toda uma geração, tratando das expectativas para o futuro - e tem muita relação com a época em que o diretor do longa, Jia Zhang-ke, se tornou adulto. Com muito carinho e no entanto demonstrando toda a crueldade da situação, essa música é tocada no filme quando o caminhão que leva a trupe está enguiçado no meio de uma paisagem desértica. Ao longe, ouve-se um barulho: é um trem, algo que em Fenyang nunca existiu. Eles correm o mais rápido possível para vê-lo mais de perto, mas só conseguem chegar quando ele já passou. Triste e ao mesmo tempo vigoroso, Plataforma é um sopro de juventude e força, de devoção ao mundo (mesmo que o mundo não retribua) e de confiança nos poderes instauradores de mundo do cinema.


O diretor Jia Zhang-ke faz parte dos cineastas da chamada "6ª Geração" de realizadores chineses, que promoveu uma ruptura com a geração anterior, de autores como Zhang Yimou ou Chen Kaige, mais dedicados a produções lustrosas e a temáticas mais tradicionais. Este desejo de renovação, afirmado também por Jia, não parece refletir-se substancialmente no seu cinema, pelo menos a julgar por este filme, exceto se considerarmos apenas a falta de meios técnicos, o orçamento reduzido ou o desinteresse por qualquer conceito formal – tradicional ou experimental – em termos de fotografia, composição ou design de produção, o que confere ao filme um tom bastante realista.

A única oportunidade em que o filme chegou ao Brasil foi em 2001, na 25ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, já que não houve lançamento nos cinemas (nem ao mesmo no circuito "de arte") e nem em DVD. Portanto esta é uma oportunidade única e imperdível que o Cineclube Natal e a Aliança Francesa, em convênio com o Ministério das Relações Exteriores da França, promovem nesta quarta-feira, às 17hs.

Assista aqui ao trailer (com legendas em espanhol) de Plataforma:


Sessão Cinéphilie
Quarta-feira, 17 de junho
17 horas
Aliança Francesa
R. Potengi, 459, Petrópolis
Fone: 3222-1558
Entrada gratuita
Classificação indicativa: 14 anos


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[FICHA TÉCNICA: "PLATAFORMA"]
Título original: Zhantai
País: China, França, Hong Kong, Japão
Ano: 2000
Duração: 155 minutos
Cor: colorido
Idioma: mandarim,shanxi
Gênero: drama, histórico
Estúdio: Artcam International, Bandai Entertainment Inc., Hu Tong Communications, Office Kitano, T-Mark
Roteiro: Zhang Ke Jia
Direção: Zhang Ke Jia
Produção: Shozo Ichiyama, Kit Ming Li
Fotografia: Nelson Yu Lik-wai
Música: Yoshihiro Hanno
Direção de Arte: Sheng Qiu
Figurino: Lei Qi, Xiafei Zhao
Edição: Jing Lei Kong
Elenco: Hongwei Wang, Tao Zhao, Jing Dong Liang, Tian Yi Yang, Bo Wang, Sanming Han

Principais premiações: Prêmio NETPAC (Rede de Promoção do Cinema Asiático) no Festival de Veneza, Prêmios Don Quixote e FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema) no Festival de Friburgo, Melhor FIlme no Festival Internacional de Buenos Aires; Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza


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15.6.09

Cineclube Natal - Bloomsday em Natal


Cineclube Natal exibe "Bloom"

no dia dedicado ao livro "Ulisses", de James Joyce

O Cineclube Natal entra na comemoração do Bloomsday na cidade. A data marca, mundialmente, o aniversário do livro Ulisses, um dos mais importantes da literatura do século XX - sendo o único livro, além da Bíblia, a possuir um feriado - do autor irlandês James Joyce.


Na ocasiao, o cineclube exibirá o filme Bloom - Toda uma Vida em um Único Dia adaptação da obra original de Joyce. Dirigido por Sean Walsh e com Stephen Rea no elenco, o filme teve boa repercussão na Irlanda no ano de seu lançamento (2003). Bloom será exibido a partir das 16:30h no Mercado de Petrópolis, sede do Cineclube Natal.

A comemoração do Bloomsday em Natal ocorre durante todo o dia, das 9hs da manhã até às 20h. Confira a programação na íntegra no convite abaixo (clique para ampliar):

Clique para ampliar o convite

Assista aqui ao trailer (em inglês) de Bloom:


Bloomsday em Natal
Terça-feira, 16 de junho
16:30 horas
Mercado de Petrópolis
Hermes da Fonseca, 407, Tirol

Fone: 9406-8177 / 8805-4666
entrada gratuita
Classificação indicativa: 16 anos


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[FICHA TÉCNICA: "BLOOM - TODA UMA VIDA EM UM ÚNICO DIA"]
Título original: Bloom
País: Irlanda
Ano: 2003
Duração: 113 minutos
Cor: colorido
Idioma: inglês
Gênero: Drama, Romance
Estúdio: Odyssey Pictures
Roteiro: James Joyce (romance)
Direção: Sean Walsh
Produção: Sean Walsh, Mark Byrne
Fotografia: Ciarán Tanham
Música: David Kahne
Direção de Arte: Stephen Simmonds
Figurino:Tara Van Zyl
Edição: Sarah Armstrong
Desenho de Produção: Mervyn Rowe
Elenco: Stephen Rea, Ageline Ball, Hugh O'Connor, Neilí Conroy, Eolin McCarthy, Alvaro Lucchesi, Maria Hayden, Mark HUberman, Kenneth Mc Donnell, Maria Lennon, Ciaran O'Brien, Dermot Moore, Steve Moore, Steve Simmonds, Maurice Shanahan, Adam Fox Clarke, Patrick Bergun, Aideen McDonald

Principais premiações: Prêmio de Melhor Atriz no Irish FIlm and Television Awards, além das indicações de Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Talento Revelação (diretor Sean Walsh)

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12.6.09

Cineclube Natal - 160ª sessão: Amarcord


O Cineclube Natal completa 160 sessões
exibindo Amarcord, de Fellini

Neste domingo, dia 14 de junho de 2009, o Cineclube Natal em parceria com o Teatro de Cultura Popular apreentará o clássico Amarcord (1973), de Federico Fellini. A sessão tem início às 17:00 horas e a entrada custa módicos R$ 2,00 (dois reais). A classificação indicativa é 16 anos.


Em suma, o filme trata-se de uma divertida e saudosa análise dos anos 30 pelos olhos de uma criança, claramente um alter-ego do diretor. Através da percepção de mundo de Titta (Bruno Zanin), um garoto impressionável, Fellini disseca a vida familiar, religião, educação e política da Itália dos anos 30, quando o fascismo era a ordem dominante. Amarcord não tem uma história linear, com começo, meio e fim. Mais do que isso: além de fragmentada, a narrativa nem sempre é realista, pois está baseada em lembranças esparsas, imaginações, sonhos. Em contrapartida, o filme possui uma coleção completa de signos cinematográficos da mais alta qualidade. Tem um roteiro que "amarra" a trajetória de Titta com total segurança, criando nexos entre as cenas e dando a cada novo personagem uma significação única e sempre forte. A mulher mais desejada da cidade ("La Gradisca"), o vendedor ambulante, o acordeonista cego, a imensa charuteira, a freira anã, todos eles, mesmo com pouco tempo na tela, estão vivos, palpitantes, verdadeiros. Os roteiristas Tonino Guerra e Fellini sabiam que simplesmente "listar" lembranças não seria suficiente: era preciso criar um encadeamento lógico, em que a passagem do transatlântico funciona como um clímax, o ponto alto das vidas dos habitantes da pequena vila costeira.

À primeira vista nos parece um filme simples, quase singelo, mas, na verdade, é um concerto sinfônico, em que cada um dos instrumentos cumpre modestamente seu papel. É a soma de todos esses timbres que fornece a essência mágica do produto final. Finalmente, não dá pra esquecer que Amarcord, ao mesmo tempo que trata-se de um filme intimista, sobre um garoto que descobre a si mesmo, também é um filme político, sobre a Itália fascista, sobre a alienação de um povo, sobre a preguiça latina, sobre a acomodação dos seres humanos a regras estúpidas, formuladas por seres humanos igualmente estúpidos, mas muito poderosos, capazes de criar os eficientes signos fascistas e gerar líderes monstruosos como Mussolini.

Amarcord também possui uma das mais belas trilhas sonoras da história do cinema, criada pelo também genial Nino Rota. Todas as músicas, além de apoiarem a imagem com total eficiência, funcionam independente do filme. E isso é muito raro, quase inexistente. Amarcord também tem fotografia inspirada, montagem sensível, direção de arte irrepreensível.

Por fim, a palavra que dá nome ao filme, em realidade, o explica melhor do que qualquer descrição; significa "eu me recordo", em um dialeto falado numa região do país mediterrâneo chamada Romagna. Amarcord é, portanto, a coroação das lembranças mais queridas de Federico Fellini. Na época do lançamento do filme, em 1973, o mestre italiano já era considerado um gênio, e a maior parte dos críticos acreditava que sua melhor fase havia passado. Fellini já estava, há algum tempo, desinteressado por cinema de narrativa tradicional. Somente uma coisa lhe interessava: quebrar regras. Daí o desprezo que a maior parte dos filmes que fez, de "A Doce Vida" em diante, pelas histórias tradicionais, com começo, meio e fim. Amarcord é, talvez, o ponto culminante dessa trajetória.

Assista aqui ao trailer (americano) de Amarcord:


Sessão Cine Vanguarda
Domingo, 14 de junho
17 horas
TCP - Teatro de Cultura Popular "Chico Daniel"
Rua Jundiaí, 641, Tirol
Fone: 3232-5307
R$ 2,00
Classificação indicativa: 16 anos


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[FICHA TÉCNICA: "AMARCORD"]
Título original: Amarcord
País: Itália / França
Ano: 1973
Duração: 123 minutos
Cor: colorido
Idioma: italiano, grego
Gênero: comédia, drama
Estúdio: F.c. Produzioni, PECF
Roteiro: Federico Fellini, Tonino Guerra
Direção: Federico Fellini
Produção: Franco Cristaldi
Fotografia: Giuseppe Rotunno
Música: Nino Rota
Direção de Arte: Giorgio Giovanni
Figurino: Danilo Donati
Edição: Ruggero Mastroianni
Desenho de Produção: Danilo Donati
Elenco: Pupella Maggio, Mauro Misul, Bruno Zanin, Maria Antonietta Beluzzi, Josiane Tanzilli, Luigi Rossi, Nando Orfei, Ciccio Ingrassa, Armando Brancia, Magali Noël, Ferdinando Villella

Principais premiações: Prêmios de Melhor Filme e Melhor Diretor pelo Círculo de Críticos de Cinema de Nova Iorque; indicado ao Oscar de Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original e ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro

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4.6.09

Cineclube Natal - 159ª sessão: A Viagem do Capitão Tornado


Venha viajar com o cinema italiano no Cine Café

Nesta sexta-feira, dia 05 de junho de 2009, o Cineclube Natal apresentará, em parceria com o Nalva Melo Salão Café, o filme A Viagem do Capitão Tornado (Il Viaggio di Captain Fracassa, 1990), do diretor italiano Ettore Scola. A sessão começa às 20:00 horas e a entrada custa R$ 2,00 (dois reais).


A trama se passa na França do ano de 1774. O último e faminto herdeiro da família Sigognac deixa o castelo de seus ancestrais para acompanhar um grupo de atores itinerantes, a caminho da corte do rei. Seduzido pela bela Serafina e pelo amor de Isabelle, o jovem Sigognac dará início a suas aventuras mas, no decorrer da difícil viagem, é a ingênua Isabelle que lhe conquista o coração e por ela Sigognac enfrentará seus maiores desafios. A pedido da amada, Sigognac vence sua timidez e se inicia no teatro, descobrindo neste, sua verdadeira paixão. A trama traz ecos do excelente "Rosencrantz e Guildenstern Estão Mortos", de Tom Stoppard - ambos os filmes usam artistas itinerantes para explorar a condição humana. O ótimo "Noites de Circo" de Ingmar Bergman também vem à mente, embora o tom sombrio deste seja em Scola, substituído pela sátira .

Infelizmente, A Viagem do Capitão Tornado, consiste num filme relativamente pouco conhecido do gênio italiano Ettore Scola - subestimado diretor, diga-se de passagem. Trata-se de uma refilmagem de uma película dos anos vinte, realizada pelo diretor Alberto Cavalcanti, baseado na célebre obra de Théophile Gautier. Sem dúvida, este trata-se de um dos melhores trabalhos de Scola, cujo grande elenco (os italianos Massimo Troisi e Ornella Muti, os franceses Emmanuelle Béart e Vincent Perez, dentre outros) eleva ainda mais este fantástico filme de época. Com certeza, o falecido Massimo Troisi rouba a cena com sua maravilhosa atuação como Pulcinella, o pallhaço.

O filme é muito bem dirigido por Ettore Scola, que coordena com maestria o tom satírico do enredo com um saudosismo por uma época que jamais voltará, além de indicar no final, o começo do declínio desta forma de fazer teatro, com a figura do "diretor" (e, consequentemente, com a departamentalização de funções no teatro) emergindo e lentamente sufocando toda aquela liberdade artística e saudável irresponsabilidade geral.

A mistura de franceses e italianos no elenco também destaca esse lado "multinacional" dessas famílias de atores da época, e as presenças de Ornella Muti e Emmanuelle Béart (belíssimas como sempre) não só enriquecem o filme como mostram que as mulheres tinham o seu nicho na "commedia dell'arte", sendo as únicas da companhia a não usarem máscaras nas apresentações, o que até ajudava a atrair atenção do público (e dos nobres) ao irem às peças para admirarem a beleza dessas atrizes. Diga-se de passagem, é curioso notar como vários aspectos da "commedia dell'arte" são observados no cinema e na TV comercial atual (exposição da beleza feminina, inserção de atores dentro de certos "moldes", fiapos de enredos batidos e previsíveis sendo usados em comédias, etc.), uma mostra de como este fenômeno teatral foi influente na cultura ocidental como um todo.

Visualmente a película também é um deleite, com sua curiosa mistura de cenografia teatral e realismo. Seu elegante e bem redigido roteiro, além de divertido, nos oferece momentos de sutil sabedoria. Uma verdadeira homenagem ao teatro itinerante, bem como seus heróicos artistas.

Assista aqui a um trecho (em francês e italiano) de A Viagem do Capitão Tornado:



Sessão Cine Café
Sexta, 05 de junho
20 horas
Nalva Melo Café Salão
Av. Duque de Caxias, 110, Ribeira
Fone: 3212-1655
R$ 2.00
Classificação Indicativa: livre


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[FICHA TÉCNICA: "A VIAGEM DO CAPITÃO TORNADO"]
Título original: Il viaggio di Capitan Fracassa
País: Itália / França
Ano: 1990
Duração: 132 minutos
Cor: colorido
Idioma: italiano / francês
Gênero: comédia
Estúdio: Mario e Vittorio Cecchi Gori, Massfilm, Studio El
Roteiro: Théophile Gautier (romance "Le Capitaine Fracasse"), Vincenzo Cerami, Fulvio Ottaviano, Silvia Scola, Furio Scarpelli, Ettore Scola
Direção: Ettore Scola
Produção: Mario Cecchi Gori, Vittorio Cecchi Gori, Franco Committeri, Lucioano Ricceri
Fotografia: Luciano Tovoli
Música: Armando Trovajoli
Figurino: Odette Nicoletti
Desenho de Produção: Paolo Biagetti, Luciano Ricceri
Edição: Raimondo Crociani, Francesco Malvestito
Elenco: Vincent Perez, Emmanuelle Béart, Massimo Troisi, Ornella Muti, Lauretta Masiero, Toni Ucci, Massimo Wertmüller, Jean-François Perrier, Tosca D'Aquino, Claudio Amendola, Marco Messeri, Ciccio Ingrassia, Remo Grione

Principais premiações: Indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlin; Melhor Figurino e Melhor Desenho de Produção pelo Sindicato Italiano de Críticos


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