22.3.12

O Cabelo no Cinema – Agora é a Vez dos Homens

Os cabelos que fizeram a cabeça de gerações e contaram a história da moda no cinema estão de volta – desta vez, os masculinos. Depois da Mostra “Morena/Loira - O Cabelo no Cinema”, que o Cineclube Natal e Nalva Melo Café Salão produziram em julho de 2011 e que reuniu cinéfilos e fashionistas em sessões concorridas, uma “versão masculina” da Mostra foi programada para começar no próximo dia 26 de março, seguindo até 1° de abril.

Ainda sob a inspiração da Mostra preparada pela Cinemateca Francesa em Paris "Brune/Blonde", agora os sete filmes escolhidos pretendem abranger um panorama do estilo masculino ao longo da história, captado pelas lentes de cineastas que registraram o comportamento de homens em distintas culturas, lugares, épocas.

Do engomadinho Rodolfo Valentino, considerado um dos primeiros símbolos sexuais do cinema, até a ousadia dos anos 90, com os cabelos de outro galã, Johnny Depp, a filmografia escolhida mostra o quanto as referências de beleza mudaram ao longo das décadas no cinema. O topete de James Dean em Juventude Transviada virou ícone do estilo dos anos 50, e o visual de John Travolta em Os Embalos de Sábado à Noite é um retrato de que modas vão e voltam.

Há ainda a carequice de Yul Brynner em O Rei e Eu, e a farta cabeleira de Dennis Hopper em Sem Destino, demonstrando que cortes e penteados não são somente um detalhe na definição de um estilo masculino: eles fazem parte da identidade desses personagens, e contribuem para a força expressiva de suas figuras.

A oportunidade é não só para passear pela história do cinema ao longo do século XX, mas também uma forma de reconhecer as mudanças estéticas ocorridas ao longo desse tempo, no cinema e na sociedade. As sessões começam sempre às 19h, em Nalva Melo Café Salão, na Av. Duque de Caxias, n. 110, Ribeira. A taxa de manutenção é de R$ 2.


SINOPSES:

26/03: O cabelo de Rodolfo Valentino: o primeiro garanhão - O Sheik, 1922:
O Sheik Ahmed (Rodolfo Valentino) apaixona-se pela socialite britânica Diana (Agnes Ayres), e a seqüestra, levando-a para sua tenda em um deserto. Desesperada, Diana tenta escapar de suas mãos, mas acaba se envolvendo com este homem perigoso.

27/03: O cabelo de James Dean: a época da juventude transviada - Juventude Transviada, 1955:
Jim Stark (James Dean) é um bom rapaz, mas que acabou tomando rumo errado na vida sem motivo aparente - o que justifica o termo "rebelde sem causa" do título original. Seus pais sempre mudam-se de cidade para encobrir as besteiras que seu filho faz, porém Jim os confronta quando percebe que fez algo realmente sério desta vez. Em contraponto, acaba se apaixonando pela linda Judy (Natalie Wood), namorada do principal envolvido no caso errado de Jim.

28/03: O cabelo (falta de) de Yul Brynner: a marca da "carequice" – O Rei e Eu, 1956:
O filme conta a história verídica de uma inglesa viúva, Anna Leonewens (Kerr), que aceita um emprego no Sião para tornar-se professora da corte real em 1860. Apesar de ela logo se desentender com o teimoso monarca (Brynner), com o passar do tempo, Anna e o Rei deixam de tentar mudar um ao outro e começam a se entender. O Rei e Eu contém alguns dos mais magníficos cenários da história de Hollywood e algumas das mais amadas canções, incluindo "Getting To Know You", "I Whish Me a A Happy Tune", "Hello Young Lovers" e "Shall We Dance?".

29/03: O cabelo de Peter Fonda: a época de paz e amor - Sem Destino, 1969:
Um clássico dos anos 60, que marcou toda uma geração. Mergulhe na contracultura dos anos 60 sem nenhuma censura, nesta emocionante mistura de drogas, sexo e política. Jack Nicholson estrela com Peter Fonda e Dennis Hopper (que também dirige) neste clássico incomum, que a Revista Time elogiou como um dos dez mais importantes filmes da década. Indicado para o Oscar de Melhor Roteiro em 1969, Sem Destino continua a emocionar o público de todas as idades.

30/03: Os cabelos de Robert Redford e Paul Newman: loiro x castanho - Butch Cassidy, 1969:
Dois amigos inseparáveis, Butch (um ex-açougueiro) Cassidy e Sundance Kid, lideram o Bando do Buraco na Parede e vivem de assaltar trens e bancos. Quando são caçados por todo o país resolvem ir para a Bolívia e juntamente com Etta, a namorada de Sundance, rumam para a América do Sul. Mas esta decisão não lhes proporcionará grandes assaltos ou uma vida mais tranqüila.

31/03: O cabelo de John Travolta: a época da discoteca - Os Embalos de Sábado a Noite, 1977:
Tony Manero é um jovem sem perspectivas de vida, que só vê razão na sua existência quando está em uma pista de dança. Lá ele é o maioral, mas começa a questionar sua vida através da influência de algumas pessoas que o rodeiam.

01/04: O cabelo de Johnny Deep: a nova marca da rebeldia e ousadia – Benny & Joon, Corações em Conflito, 1993:
Nesta sensível comédia romântica, Benny (Aidan Quinn) e Joon (Mary Stuart Masterson) são irmãos. Ele, mais velho, toma conta dela, que tem problemas mentais. Quando perde uma aposta, Benny tem que fazer um favor a um amigo e trazer para casa mais um "maluquinho", Sam (Johnny Depp), que vive imitando Charlie Chaplin e Buster Keaton. Sam e Joon se apaixonam, e pela primeira vez Benny se vê com ciúme da irmã, com medo de perdê-la e tendo que aceitar que Joon pode e quer ter sua própria vida.

Ciclo "América Latina no Cinema" trás filme "Amores Brutos"

O Projeto "América Latina no Cinema" é desenvolvido por professores, estudantes e funcionários da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e visa criar um espaço permanente para a exibição e discussão de filmes latino-americanos, de modo geral pouco divulgados no circuito comercial.

As sessões acontecem todas as terças-feiras, às 18h30, na UFRN, e são gratuitas para toda a comunidade interessada. Contudo, às quartas-feiras, a sessão será exibida novamente, dessa vez no Complexo Cultura de Natal, na Zona Norte. Paralelo à essa última sessão, será exibido um filme infantil na sala ao lado.

Na próxima terça-feira o filme exibido será Amores Brutos (2000). Amores Brutos (Amores Perros), de Alejandro Gonzàlez Inarritu. Instigante filme mexicano, lançado em 2000, que conta no seu elenco com a presença de Gael García Bernal.



Segue abaixo programação completa do evento:

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

O Segredo dos seus olhos (Argentina, 2009)
13/3 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
14/3 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

Amores Brutos (México, 2000)
27/3 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
28/3 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

Pantaleão e as visitadoras (Peru, 1999)
3/4 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
4/4 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

A História Oficial (Argentina, 1985)
10/4 - Auditório do NEPSA, no Goiabão (UFRN)
11/4 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

Guantanamera (Cuba, 1995)
24/4 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
25/4 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

Gigante (Uruguai, 2009)
8/5 - Auditório do NEPSA, no Goiabão (UFRN
9/5 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

Machuca (Chile, 2004)
15/5 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
16/5 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

Estomago (Brasil, 2007)
22/5 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
23/5 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

A que distância (Equador, 2006)
29/5 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
30/5 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

A cidade e os cachorros (Peru, 1965)
5/6 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
6/6 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

Nove Rainhas (Argentina, 2000)
12/6 - Auditório do NEPSA, no Goiabão (UFRN)
13/6 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

Clube da Lua (Argentina, 2004)
19/6 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
20/6 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)

Todas as exibições ocorrerão às 18h30.

Entrada livre e gratuita (como corresponde a uma universidade pública).

Haverá certificado para quem assim o desejar.

REALIZAÇÃO: Departamentos de Ciências Sociais, História e Línguas e
Literaturas Estrangeiras Modernas (UFRN) e Complexo Cultural de Natal
(UERN).

APOIO: Sindicato dos Bancários; PROEX (UFRN); CCSA (UFRN); CineClube Natal e
DHnet.

http://americalatinanocinemaufrn.blogspot.com  

8.3.12

Quando Nem Sempre a Unanimidade É Burra!

Nelson Marques, Cineclube Natal

nmarquesnel@gmail.com


            A entrega dos troféus do Oscar 2012 no dia 26 de fevereiro de 2012 finalizou o processo de indicação e premiação de filmes de longa, média, curta-metragem, animação e documentários, que estava acontecendo desde o início do mês de dezembro de 2011. Foram 9 eventos, começando com o 2012 Critics´ Choice Awards, com as indicações em 13 de dezembro, até a solenidade da 84th Annual Academy Awards, o Oscar para os mais íntimos, no dia 26 de fevereiro do corrente, passando ainda pela 69th Annual Golden Globe Awards, em 15 de janeiro, 2012 Producers Guild Awards, em 21 de janeiro, 2012 Directors Guild Awards, em 28 de janeiro, 2012 Screen Actors Guild Awards, em 29 de janeiro, 2012 BAFTA Awards, em 12 de fevereiro e 2012 Film Independent Spirit Awards, em 25 de fevereiro.

Por mais críticas que se façam aos critérios e escolhas que ocorrem nesses eventos, os cinéfilos e amantes do cinema acompanham com avidez, críticas e satisfação a entrega dos diversos troféus. Apesar da premiação do Oscar ser o mais problemático deles, em razão de seus critérios de escolha e indicações de filmes ao longo dos anos, ele é, pela sua repercussão na indústria cinematográfica americana e mundial, o mais visível e conhecido em termos midiáticos. Por isso mesmo ele serve como um termômetro da “saúde” dessa mesma indústria.

É senso geral que o Oscar 2012 foi melhor do que a sua edição anterior, ou muitas das anteriores. A seleção de filmes indicados neste ano e a seleção final indicaram, aparentemente, um errar menos nas escolhas dos vencedores. Em compensação, ou talvez como contrapartida, o show em si foi talvez um dos piores dos últimos anos, o que mostrou que a festa como tal, está cada vez menos interessante como entretenimento. É incrível que esse deveria ser um dos principais objetivos de uma indústria que trabalha essencialmente para isso.

Apesar de não chegar aos pés de algumas edições anteriores do Oscar, pelo menos o Oscar deste ano premiou dois grandes filmes, tanto em termos estéticos, quanto técnicos. Ambos são declarações de amor ao cinema e homenagens muito competentes de produtores, diretores, atrizes e atores ao seu principal produto, o filme! Os dois grandes vencedores da noite, com cinco estatuetas cada um, foram O Artista, de Michel Hazanavicius, e A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorcese. O primeiro arrebatou os principais prêmios estéticos: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Figurino e Melhor Trilha Musical Original. O segundo arrebatou os principais prêmios técnicos: Melhor Cinematografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Edição de Som, Melhores Efeitos Visuais.


É interessante que um filme nostálgico como O Artista, que, na minha opinião, é realmente um dos melhores filmes do ano, apresentando uma visão dos primeiros dias do cinema, feito, em 2012, em branco e preto, mudo, com as técnicas dos primeiros anos da indústria do cinema tenha cativado tantas pessoas que fizeram as suas escolhas para indicação de premiação. O filme foi também o vencedor do Critics´ Choice, do Golden Globe (na categoria Musical ou Comédia), do Producers Guild, do Directors Guild, do BAFTA e do Independent Spirit.

Michel Hazanavicius, o diretor premiado do O Artista, também foi escolhido pelo Critics´Choice, Directors Guild, BAFTA. Jean Dujardin, Oscar de Melhor Ator, também foi escolhidos pelos membros do Golden Globe, Screen Actors, BAFTA e Independent Spirit.

Outras escolhas concordantes foram para a premiação de Melhor Atriz, para Meryl Streep, na sua 17ª indicação ao Oscar, pelo seu impressionante desempenho no A Dama de Ferro. E olha que a escolha não estava fácil com os desempenhos de Glenn Close, em Albert Nobbs, Viola Davis, em Histórias Cruzadas e Michelle Williams, em Sete Dias para Marilyn. A escolha de Meryl, no entanto, já havia sido feita também pelos pares do Golden Globe e BAFTA. Outra indicação e premiação merecida foi a de Christopher Plummer, como Melhor Ator Coadjuvante no Oscar, quando já havia recebido a mesma premiação no Critics´Choice, Golden Globe, Screen Actors, BAFTA e Independent Spirit.   

Apesar de muitos acharem que o filme de Scorcese é melhor do que o de Hazanavicius, a escolha de prêmios técnicos para A Invenção de Hugo Cabret também foi a escolha de muitos: Critics´ Choice também concordou com a Melhor Direção de Arte e o BAFTA com Melhor Desenho de Produção e Melhor Som. Somente o Golden Globe premiou Martin Scorcese como o Melhor Diretor, mas não como o Melhor Filme.

Finalizando, ainda em termos da perspectiva da unanimidade, devemos destacar o filme do Irã, A Separação, do diretor Asghar Farhadi, escolhido como o Melhor Filme em Língua Estrangeira na cerimônia do Oscar, concordando com as escolhas anteriores feitas pelos pares do Critics´ Choice, Golden Globe e Independent Spirit Awards.