O cinema existencial de
Valerio Zurlini na Sessão Vanguarda
Valerio Zurlini na Sessão Vanguarda
O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular, apresentará domingo, dia 19 de outubro, o filme A Primeira Noite de Tranquilidade, do diretor italiano Valerio Zurlini. A sessão do projeto Cine Vanguarda começará às usuais 17:00 horas e a entrada custa R$ 2,00 (dois reais).
Conhecido como "O Poeta da Melancolia", Zurlini teve uma carreira cinematográfica escassa, constituída por apenas oito filmes, mas o suficiente para mostrar extrema qualidade, como em A Primeira Noite de Tranqüilidade, filme tido como sua obra-prima e que tornou-se um marco na prolífica carreira de Alain Delon, cuja atuação como o personagem Daniele Dominici lhe rendeu elogios da crítica à época do lançamento da película.
O filme se passa na cidade italiana de Rimini, no início dos anos 70. Daniele Dominici é um angustiado professor de literatura que se envolve afetivamente com uma de suas alunas, numa tentativa de preencher o vazio existencial de sua vida. Zurlini apresenta neste filme ecos de um movimento influente naquela época: o existencialismo. Filósofos como Albert Camus e Sartre escreveram sobre homens que vivem sem rumo, nômades ateus que escondem seu passado e ignoram seu futuro. E essas características definem o
protagonista Dominici, um intelectual introvertido, cuja psique casa perfeitamente com o ideal do existencialismo – o passado de Dominici é apresentado em doses homeopáticas: ele é um estranho até mesmo em sua cidade natal, não possui vínculos religiosos ou falimilares e é apolítico: "Para mim, fascistas e socialistas são iguais. Só que os fascistas são mais cretinos", diz ele durante uma aula.
Entretanto, cabe a ressalva que Zurlini não faz de seus filmes melodramas, como outros diretores italianos do mesmo período. Ele é um mestre do rigor formal, das longas e graciosas tomadas de composição quase matemática. Seus enquadramentos são complexos e precisos, mas operados com tamanha graça que parecem espontâneos. Ele é um cineasta minimalista, de emoções contidas. A Primeira Noite de Tranqüilidade é um filme belo e sereno, que resgata as principais características da obra anterior do diretor (o amor impossível, a melancolia, a crítica sutil ao vazio da burguesia italiana já haviam aperecido no belo "A Moça com a Valise"), mas aplica a elas usa abordagem menos direta, mais poética e evocativa, mais oblíqua e controlada.
Diretor de técnica apurada e intelectualidade indiscutível, Zurlini foi, para o mundo do cinema, como um furacão; apareceu com obras que arrebataram toda uma geração de cinéfilos e seguiu seu caminho. Pena que sua carreira foi tão curta (o diretor morreu em 1982, aos 56 anos). O Cineclube Natal convida todos os amantes do cinema para conferir mais esse grande clássico.
Conhecido como "O Poeta da Melancolia", Zurlini teve uma carreira cinematográfica escassa, constituída por apenas oito filmes, mas o suficiente para mostrar extrema qualidade, como em A Primeira Noite de Tranqüilidade, filme tido como sua obra-prima e que tornou-se um marco na prolífica carreira de Alain Delon, cuja atuação como o personagem Daniele Dominici lhe rendeu elogios da crítica à época do lançamento da película.
O filme se passa na cidade italiana de Rimini, no início dos anos 70. Daniele Dominici é um angustiado professor de literatura que se envolve afetivamente com uma de suas alunas, numa tentativa de preencher o vazio existencial de sua vida. Zurlini apresenta neste filme ecos de um movimento influente naquela época: o existencialismo. Filósofos como Albert Camus e Sartre escreveram sobre homens que vivem sem rumo, nômades ateus que escondem seu passado e ignoram seu futuro. E essas características definem o
protagonista Dominici, um intelectual introvertido, cuja psique casa perfeitamente com o ideal do existencialismo – o passado de Dominici é apresentado em doses homeopáticas: ele é um estranho até mesmo em sua cidade natal, não possui vínculos religiosos ou falimilares e é apolítico: "Para mim, fascistas e socialistas são iguais. Só que os fascistas são mais cretinos", diz ele durante uma aula.
Entretanto, cabe a ressalva que Zurlini não faz de seus filmes melodramas, como outros diretores italianos do mesmo período. Ele é um mestre do rigor formal, das longas e graciosas tomadas de composição quase matemática. Seus enquadramentos são complexos e precisos, mas operados com tamanha graça que parecem espontâneos. Ele é um cineasta minimalista, de emoções contidas. A Primeira Noite de Tranqüilidade é um filme belo e sereno, que resgata as principais características da obra anterior do diretor (o amor impossível, a melancolia, a crítica sutil ao vazio da burguesia italiana já haviam aperecido no belo "A Moça com a Valise"), mas aplica a elas usa abordagem menos direta, mais poética e evocativa, mais oblíqua e controlada.
Diretor de técnica apurada e intelectualidade indiscutível, Zurlini foi, para o mundo do cinema, como um furacão; apareceu com obras que arrebataram toda uma geração de cinéfilos e seguiu seu caminho. Pena que sua carreira foi tão curta (o diretor morreu em 1982, aos 56 anos). O Cineclube Natal convida todos os amantes do cinema para conferir mais esse grande clássico.
Assista aqui a uma cena (em francês) de A Primeira Noite de Tranquilidade:
Sessão Cine Vanguarda
Domingo, 19 deoutubro
17 horas
TCP - Teatro de Cultura Popular "Chico Daniel"
Rua Jundiaí, 641, Tirol
Fone: 3232-5307
Rua Jundiaí, 641, Tirol
Fone: 3232-5307
R$ 2.00
Classificação indicativa: 16 anos
[FICHA TÉCNICA: "A PRIMEIRA NOITE DE TRANQUILIDADE"]
Título original: La Prima Notte Di Quiete
País: Itália, França
Ano: 1972
Duração: 125 minutos
Cor: colorido
Idioma: italiano
Gênero: drama, romance
Estúdio: Valoria Films, Titatuns
Roteiro: Enrico Medioli, Valerio Zurlini
Direção: Valerio Zurlini
Fotografia: Dario Di Palma
Música: Mario Nascimbene
Direção de Arte:
Figurino: Luca Sabatelli
Edição: Mario Morra
Elenco: Alain Delon, Lea Massari, Giancarlo Giannini, Sonia Petrova, Salvo Randone, Renato Salvatori, Alida Valli
Sessão passada em fotos: "O Enigma de Kaspar Hauser"
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