Cineclube Natal: março 2010

18.3.10

Cineclube Natal - 186ª sessão: Monstros

"Monstros" invadem o TCP

Neste domingo, dia 21 de março, o Cineclube Natal em parceria com o Teatro de Cultura Popular Chico Daniel apresentará, em sua primeira sessão Cine Vanguarda do anos, o clássico americano Monstros, de Tod Browning, dando continuidade ao mês temáticos dedicado aos monstros em suas diversas manifestações. A sessão tem início às usuais 17:00 horas e a taxa de manutenção custa R$ 2,00 (dois reais). A classificação indicativa é 14 anos.

Às vezes é preciso que uma carreira seja destruída para que um obra-prima possa ser criada. Na de Tod Browning, um proeminente cineasta que havia tido sua carga de dificuldades durante a transição do cinema mudo para o falado, o sucesso e o prestígio pareciam encaminhados após o resultado excepcional da sua adaptação da peça teatral de "Drácula", realizada somente um ano antes de Monstros. Tendo sido ele próprio um integrante de circo itinerante em sua juventude, é possível compreender o entusiasmo de Browning em relação a um roteiro que chegou a causar desconforto entre os funcionários do próprio estúdio onde estava sendo filmado. Colocar num mesmo filme um monte de gente deformada de verdade suscita reações como essa ainda hoje, que dirá na conservadora década de 30.

O filme começa com um apresentador de circo prevenindo o público: "vocês verão monstros de verdade que vivem e respiram como gente" mas, na verdade, o enredo cuida basicamente de algo bem mais comum, o amor do anão Hans pela bela trapezista Cleópatra. Ao saber da fortuna que Hans herdou, ela e o amante, Hércules, arquitetam um plano para se apossarem da herança. Fingindo corresponder ao seu amor, a trapezista casa-se com Hans e tenta envenena-lo, mas seu plano criminoso é descoberto pelos "monstros", cuja vingança será implacável.

Monstros é um dos filmes mais malditos e polêmicos de toda a história do cinema. Abrange todo o espectro do horror, de filme de arte a documentário. Incompreendido no seu lançamento, mutilado, censurado, proibido para alguns países, comprometeu gravemente a carreira de Tod Browning, que somente conseguiu realizar o filme devido ao apoio dado pelo produtor Irving Thalberg. Foi desta forma, que a MGM aceitou lançar nas telas os verdadeiros fenômenos circenses, aberrações que não eram apenas ornamentos, mas sim, o tema principal da obra. Um mergulho "no âmago do eu doentio", que nos ensina que a mais terrível monstruosidade que poderíamos conhecer, está dentro de cada um. Monstros acabou se tornando mítico e especial, um dos filmes mais comoventes do cinema de horror de todos os tempos.

Assista aqui às cenas iniciais de Monstros:

Sessão Cine Vanguarda
Domingo, 21 de março
17 horas
TCP - Teatro de Cultura Popular "Chico Daniel"
Rua Jundiaí, 641, Tirol
Fone: 3232-5307
R$ 2,00
Classificação indicativa: 14 anos

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[FICHA TÉCNICA: "MONSTROS"]
Título original: Freaks
País: Estados Unidos
Ano: 1932
Duração: 64 minutos
Cor: preto e branco
Idioma: inglês, alemão, francês
Gênero: drama, horror
Estúdio: Metro-Doldwyn-Mayer (MGM)
Roteiro: Clarence Aaron "Tod" Robbins, Al Boasberg, Willis Goldbeck, Leon Gordon, Charles MacArthur, Edgar Allan Woolf
Direção: Tod Browning
Produção: Tod Browning, Dwain Esper, Harry Rapf, Hildegard Stadie, Irving Thalberg
Fotografia: Merritt B. Gerstad
Direção de Arte: Cedric Gibbons, Merril Pye
Edição: Basil Wrangell
Elenco: Wallace Ford, Leila Hyams, Olga Baclanova, Rosco Ates, Henry Victor, Harry Earles, Daisy Earles, Rose Dione, Daisy Hilton, Violet Hilton, Schlitze, Josephine Joseph, Johnny Eck, Frances O'Connor, Peter Robinson

Principais premiações: entrou para a lista dos filmes preservados pela National Film Preservation Board, no ano de 1994.

cineclubenatal@cineclubes.org
cineclubenatal@grupos.com.br (fórum)
www.cineclubenatal.blogspot.com
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www.fotolog.com/cineclubenatal
Comunidade Cineclube Natal no Orkut
8805 - 4666 / 9406 – 8177 / 9995 – 4761
Av. Hermes da Fonseca, 407, Mercado de Petrópolis, box 51, Tirol, 59020-000 - Natal/RN

9.3.10

Cineclube Natal - 185ª sessão: Sábado

Cineclube Natal estréia uma nova sessão,
em Mãe Luiza, pelo Cine Mais Cultura

Nesta quarta-feira (10), às 19h, o Cineclube Natal dá o pontapé inicial a mais uma sessão periódica de cinema: a parceria com a comunidade de Mãe Luiza, que levará cinema na rua todas as quartas, com financiamento do Ministério da Cultura.

A sessão faz parte das atividades da ação Cine Mais Cultura, que disponibiliza equipamento audiovisual de projeção digital, obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil e oficina de capacitação cineclubista, atendendo prioritariamente periferias de grandes centros urbanos e municípios. O Cineclube Natal é o único parceiro direto do programa no Rio Grande do Norte indicado pelo CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros, além daqueles aprovados mediante o edital Cine Mais Cultura.

A escolha da comunidade de Mãe Luiza se deu em função do perfil da ação do Cine Mais Cultura visando atender, prioritariamente, as regiões da periferia de grandes centros urbanos e municípios, sabidamente carentes de equipamentos culturais. Outro fator importante foi a proximidade com a região de atuação do Cineclube Natal, aonde mantém sua sede no Mercado de Petrópolis e suas sessões regulares, como por exemplo o Cine Vanguarda, no Teatro de Cultura Popular, no Tirol.

O filme selecionado dentre o cardápio da Programadora Brasil para a próxima quarta é Sábado, de Ugo Giorgetti, comédia nacional lançada em 1995. O enredo se passa no centro de São Paulo, quando uma equipe de produção de um comercial toma como cenário um decadente condomínio da capital paulistana, o Edifício das Américas.

O prédio já teve um certo luxo em seus bons tempos, no anos 30, mas no momento do filme abriga famílias de poucas condições financeiras e personagens peculiares. O curioso é que a equipe se interessa por um elevador social que não funciona normalmente, a não ser... Para a gravação de comerciais!

Giorgetti consegue descrever o caos que se forma num condomínio abarrotado de gente, quando um imprevisto acontece, com a cena em que, ao utilizar o elevador de serviço, ficam presos a produtora do filme, Magda, dois agentes do IML e um morto, apoiados uns nos outros. O responsável por pedir ajuda, funcionário de Magda, consegue resolver o problema com moradores que fazem um "churrasco na laje".

O filme passeia por essas situações cotidianas e consegue extrair o riso fazendo sátira de vários grupos: os publicitários, os policiais, os moradores do centro da cidade. Não é à toa que se amolda à estreia da sessão em Mãe Luiza: de um jeito engraçado, toca em aspectos chave dos centros urbanos no Brasil.

A crítica corrosiva da decadência de espaços tradicionais já é uma constante no cinema brasileiro recente, vide os filmes de Sérgio Biachi e Evaldo Mocarzel. Mas é com Ugo Giorgetti que esta crítica se alia à verve cômica, escrachada. O entretenimento é garantia!

É importante dizer, por último, que o nome da nova sessão será escolhido a partir de sugestões do público do novo espaço. Seja bem-vindo!

Assista aqui a sequência inicial de Sábado:

Quarta, 10 de março
19 horas
Centro Social Pe. João Perestrello
Rua João XXIII, s/n, Mãe Luiza
gratuito
Classificação Indicativa: 16 anos

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Ficha de Informações do Filme

Título: SABADO
Título (inglês): SATURDAY
Duração: 85 min e 0 seg.
Ano: 1994
Cidade: SAO PAULO UF(s): SP País: Brasil
Gênero: Ficção
Subgênero: Comédia
Cor: Colorido
Número do CPB: 05002166

Ficha Técnica

Direção: Ugo giorgetti
Roteiro: UGO GIORGETTI
Direção de Atores: UGO GIORGETTI
Elenco: Otávio augusto Maria padilha Giulia gam Tom zé Jô soares Elias andreato Renato consorte Mariana lima André abujamra Gianni ratto Carina cooper Wandi Wellington Decio pignatari Rubens rivelino Marcia manfredini
Empresa Produtora: IGUANA FILMES
Produção Executiva: CARLOS WATANABE
Direção de Produção: Marçal Souza E Elifas Sueiro
Direção Fotografia: Rodolfo Sanchez
Operador de Câmera: Rodolfo Sanchez
Fotografia de Cena: Sim
Fotografia de Cena Autor: MARLENE bERGAMO
Montagem/Edição: Marc De Rossi
Direção de Arte: Isabel Giorgetti
Figurino: Sandra Fukelman
Técnico de Som Direto: Miguel Ângelo
Edição Som: |Miriam Biderman
Mixagem: ALAMO
Trilha Musical: Não
Trilha Original: Sim
Trilha Adaptada: Não
Autor da Trilha: Mauro Giorgetti

Dados Técnicos

Suporte de Captação: 35mm
Suporte de Projeção: 35mm
Janela de projeção de película: Informação não disponível
Janela de projeção de vídeo: Informação não disponível
Produto Final do Telecine: Vídeo (Betacam SP)
Ano Telecine: 127
Disponível nos Suportes: 35mm
Vídeo (Betacam Digital)
Vídeo (Betacam SP)

Som: Sonoro
Informação não disponível
Idioma: Português

Classificação Indicativa: Não possui a Classificação Indicativa do Ministério da Justiça

Currículo do filme

Website: www.spfilmes.com.br
Festivais: Premiado pela APCA-Associação paulista dos Críticos de Arte-1984
-Melhor Diretor - Melhor Roteiro - Melhor Ator

Convidado para abertura da Mostra Internacional do Banco Nacional de 1994

Mostra em Tübingen, Berlim e Monique organizada pela sociedade
Cultural Brasil- Alemanha.

Data de Lançamento: 1994
Local Lançamento: Espaço Banco Nacional

4.3.10

Cineclube Natal - 184ª sessão: O Homem Elefante

Cineclube reinicia suas atividade com
o clássico "O Homem Elefante", de David Lynch

Depois de merecidas férias, o Cineclube Natal voltará suas atividades nesta sexta-feira, dia 05 de março, em grande estilo, inaugurando o mês temático dedicado aos "Monstros" na sua habitual sessão do Cine Café, na Ribeira. O filme escolhido é o clássico moderno O Homem Elefante, do diretor David Lynch. A sessão começa às 20:00 horas e custa a módica quantia de R$ 02,00 (dois reais). A classificação etária é dezesseis anos.

David Lynch conta a verdadeira e mordaz história do Homem Elefante, filme que obteve 8 nomeações para os OSCAR da Academia, em que John Merrick (John Hurt, em grande atuação) sofre uma horrível deformação de nascença, que lhe confere traços similares aos de um paquiderme. Encurralado num cruel show itinerante, Merrick sofre o tormento da exclusão da sociedade, até que um jovem cirurgião de nome Frederick Treves (Sir Anthony Hopkins) resolve salvá-lo. Este conto emocionante revela a descoberta que Treves faz, à medida que conhece a personalidade gentil e pacífica de Merrick sob a sua horrenda e desfigurada aparência.

David Lynch ainda era um iniciante quando foi contratado pelo comediante Mel Brooks para dirigir o filme, baseado nos diários do médico Frederick Treves. O doutor descobriu na Inglaterra vitoriana do século XIX a existência de Merrick, que até hoje é considerado o caso mais extremo da rara doença denominada neurofibromatose múltipla, que faz com que os membros do corpo, especialmente a cabeça, cresçam em proporções anormais. No caso de Merrick, a doença era tão grave que 90% do seu corpo apresentava deformações, e o peso da cabeça era tão descomunal que ele não podia dormir deitado, pois se o fizesse morreria sufocado.

Entretanto, quando o doutor idealista passa a cuidar do infeliz Merrick, outros problemas surgem para ambos. Assim que o caso é divulgado pelos jornais, o doente passa a receber presentes e visitas de membros da aristocracia inglesa, sendo que é precisamente esse assédio que tortura o médico, vez que considera tal curiosidade obscena, apenas uma outra faceta do mesmo impulso irracional que levava bêbados a pagar para entrar no circo e se espantar com a a deformação de John Merrick. Seriam dois lados diferentes do fascínio humano pelo grotesco, algo que o médico considera abominável. Por outro lado, ele compreende que a exposição é a única forma de garantir algum conforto para a existência miserável do famoso paciente.

Emocionante sem ser melodramático. A definição encaixa como uma luva neste novo clássico do cinema, que colocou o nome do diretor David Lynch no mapa. A narrativa seca e objetiva, que recusa o estilo normalmente experimental e abstrato do diretor, deveria ser considerada um exemplo para cineastas iniciantes. É notável que, apesar de ter em mãos material verídico com grande potencial para virar um melodrama auto-indulgente, o cineasta tenha feito um filme de grande rigor formal e objetividade, fotografando a Londres do século XIX como uma obra do expressionismo alemão, repleta de contrastes radicais e sombras pesadas. Enfim, um filme imperdível e que marca a abertura de mais um ano para o Cineclube Natal. Venham conferir.

Assista aqui ao trailer (em inglês) de O Homem Elefante:

Sessão Cine Café
Sexta, 05 de março
20 horas
Nalva Melo Café Salão
Av. Duque de Caxias, 110, Ribeira
Fone: 3212-1655
R$ 2.00
Classificação Indicativa: 16 anos

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[FICHA TÉCNICA: "O HOMEM ELEFANTE"]
Título original: The Elephant Man
País: Estados Unidos
Ano: 1980
Duração: 124 minutos
Cor: preto e branco
Idioma: inglês
Gênero: drama, biografia
Estúdio: Brooksfilms, Paramount Pictures
Roteiro: Christopher De Vore, Eric Bergren, David Lynch, Sir Frederick Treves, Ashley Montagu
Direção: David Lynch
Produção: Suart Cornfel, Johnathan Sanger, Mel Brooks
Fotografia: Freddie Francis
Música: John Morris
Direção de Arte: Robert Cartwright
Figurino: Patricia Norris
Edição: Anne V. Coates
Desenho de Produção: Stuart Craig
Elenco: John Hurt, Anne Bancroft, Anthony Hopkins, John Gielgud, Freddie Jones, Michael Elphick

Principais premiações: Melhor Filme, Melhor Ator (John Hurt) e Melhor Direção de Arte/Desenho de Produção no BAFTA; Melhor Filme Estrangeiro no César; Indicado a Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (John Hurt), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora no Oscar; Indicado a Melhor Filme (Drama), Melhor Diretor, Melhor Ator (Drama) (John Hurt) e Melhor Roteiro no Globo de Ouro; Indicado a Melhor Fotografia, Melhor Direção, Melhor Edição e Melhor Roteiro no BAFTA.

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