Cineclube Natal - 113ª exibição: Árido Movie

Um retrato do árido sertão nordestino

O Cineclube Natal dá início neste domingo, 02 de Março, às sessões do Cineclube Natal que agora se chamará Cine Vanguarda. As sessões de Cine Vanguarda vão abarcar além dos filmes clássicos que estiveram a frente da sua época, os atuais que acreditamos ser importantes para a contemporaneidade e que serão lembrados no futuro. Os filmes exibidos na primeira sessão Cine vanguarda serão Árido Movie de Lírio Ferreira e Sanduíche de Jorge Furtado. A sessão inicia às 17 horas e o ingresso custa R$ 2,00, mas sócios do Cineclube Natal e filiados à ADURN não pagam.

O Cineclube gostaria de agradecer o apoio dado pelo Teatro de Cultura Popular "Chico Daniel" à Segunda Semana do Filme Cult, principalmente à Sônia Santos, diretora do TCP e aos funcionários que se mostraram disponíveis quando solicitados, inclusive em uma greve Relâmpago que ocorreu. O Cineclube gostaria de reiterar que o evento só possível por causa dessas pessoas.

Árido Movie é um filme que fala sobre a realidade existente no interior do Nordeste. O filme conta a história do jornalista Jonas que volta a sua cidade natal, no interior de Pernambuco, para o enterro de seu pai e lá encontra muita estrada e aridez, como mesmo dia o nome do filme. Em meio a esse enredo, Jonas se depara com uma família até então desconhecida que exige vingança do assassino do pai, e com figuras bem características dessa região, como Soledad, uma mulher que está fazendo um documentário sobre água.

Entre encontro e desencontros, ele começa a vivenciar uma realidade conhecida antes só na teoria, e a viagem começa a se tornar uma jornada existencial onde a seca, a fome, a miséria espírito batalhador do sertanejo são aspectos explorados. Assim sendo, o filme mostra, a partir de Jonas um sertanejo urbanizado dentro do sertão, a desigual realidade brasileira, onde há um abismo social entre as regiões sudeste e nordeste. Mesmo tratando com questões brasileiras tão graves, Lírio Ferreira procura levar à tela situações para se absorver com um sorriso no rosto.

Árido Movie levou dez anos para chegar à tela por causa das dificuldades da produção cinematográfica no Brasil, além do que só podiam filmar na estação seca. O filme conta com um elenco espetacular como Selton Melo, Guilherme Weber, Giulia Gam, Matheus Nachtergale, além de uma trilha direcionada para o sertão, feita por Oto. Árido Movie ganhou no festival de Pernambuco seis prêmios, na categoria de Melhor Filme, Diretor, Ator Coadjuvane, Fotografia, edição e Prêmio da Crítica, além de ter ganhado no Festival de Cinema Brasileiro de Miami o Prêmio de Melhor Diretor. Lírio Ferreira dirigiu também o prestigiado filme, Baile Perfumado.

Sessão Cine Vanguarda
Domingo, 02 de Março
17 h
Teatro de Cultura Popular
Rua Jundiaí, 641, Tirol(ao lado da fundação José Augusto)
R$ 2.00
Classificação etária: 12 anos

[FICHA TÉCNICA: O SANDUÍCHE]
Gênero Ficção
Diretor Jorge Furtado
Elenco Janaína Kramer, Felippe Monnaco, Nelson Diniz, Milene Zardo
Ano 2000
Duração 12 min
Cor Colorido
Bitola 35mm
País Brasil (RS)

[FICHA TÉCNICA: ÁRIDO MOVIE]
Título Original: Árido MovieGênero: DramaAno: 2006
País: Brasil
Tempo de Duração: 115 minutos
Site Oficial: www.aridomovie.com.br
Estúdio: Cinema Brasil Digital
Distribuição: Europa Filmes / M.A. Marcondes
Direção: Lírio Ferreira
Roteiro: Lírio Ferreira, Hilton Lacerda, Sérgio Oliveira e Eduardo Nunes
Produção: Murilo Salles e Lírio Ferreira
Fotografia: Murilo Salles
Direção de Arte: Renata Pinheiro
Figurino: Juliana Pryston
Edição: Vânia Debs
Elenco: Guilherme Weber (Jonas) Giulia Gam (Soledad)Gustavo Falcão (Falcão)Selton Mello (Bob)

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Cineclube Natal - 112ª exibição: A Noite dos Mortos Vivos

Horror na volta dos mortos à vida



Dando fim ao mês de filmes Cults, o Cineclube Natal em parceria com Nalva Melo Café Salão exibirá no dia 29 de fevereiro o filme A Noite dos Mortos Vivos, do diretor americano George Romero. Esse filme, de 68, revolucionou por ter transformado o morto-vivo na principal criatura do horror cinematográfico. Menos de trinta anos depois, na década de 90, ele foi refilmado pelo diretor Tom Savini, com a produção do próprio Romero.

Sem maiores expicações, os mortos levantam de suas covas e saem matando - e comendo -qualquer um em seu caminho. Para fugir dos zumbis canibais, um grupo de sete pessoas se refugiam em uma isolada casa de fazenda, onde vivem uma noite de verdadeiro terror e paranóia. A Noite dos Mortos Vivos fez sucesso suficiente para gerar uma série própria, "Amanhecer dos Mortos" e "Dia dos Mortos", compondo uma trilogia. Décadas depois, com a retomada do gênero com "Extermínio", de Danny Boyle, George Romero voltou a filmar, realizando "Terra dos Mortos". Além dos filmes do próprio Romero, esta obra seminal inspirou todos os outros filmes de zumbi existentes, como a série "O Retorno dos Mortos Vivos", "Zombie, Despertar dos Mortos'"e a prefalada franquia "Extermínio" (sem contar a influência do filme sobre outras mídias, como quadrinos e video-games).

Um dado interessante é que em 1990, devido a questões financeiras, Romero se juntou aos produtores John Russo e Russel Streiner (o ator que faz o irmão da heroína Barbara e morre logo no início do filme de 68) e ao diretor Tom Savini para refazer o clássico. Isso porque os direitos autorais sobre a fita original foram perdidos devido a um erro de registro, sendo que a equipe resolveu refilmar antes que alguém a fizesse. O resultado é tecnicamente bom, mas aquém do original, em termos de ambientação e atmosfera.

O diretor George Romero é um marco nos filmes de terror e é o mais lendário e aclamado realizador de filmes de zumbis. Ele criou a fórmula que é reproduzida até os dias de hoje. Ademais, seus filmes não são meros filmes de terror. Eles encerram uma enorme crítica social. Seu questionamento, em verdade, consiste: e se os mais "fracos" se levantassem e lutassem? Se os "mortos" sociais voltassem à vida? Esta é a verdadeira metáfora do filme e a razão por ser tão assustador.
Veja o Trailer:
[FICHA TÉCNICA - A NOITE DOS MORTOS VIVOS]
Diretor: George Romero
Roteiro: George Romero e Jonh Russo
Ano: 1968
Tempo de duração: 96 minutos
Sexta-feira, 29 de fevereiro
20h
Classificação indicativa: 16 anos
Ingresso: R$2,00 (no local)
Informações: 3212-1655
Nalva Melo Café Salão
Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira

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Cineclube Natal - II Semana de Filmes Cult do Cineclube Natal

II Semana de Filmes Cult
do Cineclube Natal

Originais em seus roteiros, nos seus detalhes, ou até mesmo em suas músicas, os filmes denominados "Cult" não foram criados para agradar a todos, mas pra fascinar os que se interessam por eles. Foi preocupado com os amantes desses filmes que o Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular, realizará na semana de 18 a 24 de Fevereiro a II Semana do Filme Cult. Ao todo serão exibidos sete filmes do estilo "Cult", cada um com sua peculiaridade. As sessões iniciarão todos os dias às 19 horas com ingressos custando apenas R$ 2,00, lembrando que sócios e filiados da ADURN não pagam.

A semana iniciará na segunda-feira com o filme Um Passe de Mágica, do diretor Richard Attenborough. De 1978, o filme apresenta a intrigante história com Anthony Hopkins no papel de um ventríloquo que se esconde por trás da forte personalidade de seu boneco "Fats". Um Passe de Mágica foi o ganhador do prêmio "Edgar Allan Poe" de melhor filme em 1978.

Na terça será apresentado Zaroff, O Caçador de Vidas, de Irving Piche. O filme de 1932 conta a história de um caçador, interpretado por Joel McCrea, que ao naufragar numa remota ilha do Pacífico, conhece o excêntrico Conde Zaroff, um milionário russo, outro caçador que tem preferência por um animal muito especial: o homem. Logo o caçador se transforma na caça, restando ao caçador saber se vai sobreviver na ilha. O filme é considerado umas das aventuras máximas da década de 30.

A quarta-feira traz o erótico Contos Imorais, de Walerian Borowczyk. Dividido em quatro episódios, a produção de 1974 mostra quatro séculos de erotismo, representado nos perfis de quatro mulheres que viveram suas fantasias sexuais ao limite. As cenas fortes de Contos Imorais causaram polêmicas à época de seu lançamento.

Na quinta-feira, exibiremos a amarga tragédia da juventude, Maladolescenza, do italiano Pier Giuseppe. É uma das obras da explosão erótica dos anos 70, indispensável nas estantes dos colecionadores. O filme tem a presença iluminada de Eva Ionesco aos 12 anos de idade e ficou marginalizada ao restrito circuito europeu das antiguidades cinematográficas.

O surrealismo de A Montanha Sagrada, do mestre cult Alejandro Jorodowsky, tem sua vez na sexta-feira. O impressionante filme conta a história de um homem conhecido pelo nome de "Ladrão", que ao vagar pelas ruas do México, é crucificado e apedrejado por um grupo de crianças. Daí ele começa uma saga, auxiliado por um poderoso alquimista em busca da chamada "Montanha Sagrada". Uma pérola do gênero.

No sábado, o clássico A Tortura do Medo, de Michael Powell. Este belo exemplar do gênero mostra um fotógrafo obcecado por registrar o medo no rosto das pessoas. Para satisfazer seu desejo, comete crimes e filma a reação de suas vítimas, na hora de suas mortes. O filme revoluciona, pois consolida a utilização do voyeurismo em grades obras do cinema como "Vertigo", de Hitchcock. Rechaçado na época de seu lançamento, hoje entra na lista de "melhores filmes" de vários críticos, dentre eles o americano Roger Ebert.

E para finalizar a semana especial, será exibido um autêntico exemplar brasileiro do gênero: o cult baiano Meteorango Kid - O Herói Intergaláctico, de André Luiz Oliveira. O filme funciona como um verdadeiro protesto à linha-dura do Regime Militar que tomava conta do Brasil em 1969, bem como à "mesmice" do Cinema Novo. Apesar de elementos que o levariam ao esquecimento, Meteorango Kid permanece como um "clássico marginal".

A II Semana do Filme Cult é a continuação de uma parceria de sucesso entre o Cineclube Natal, o jornalista Rodrigo Hammer e o Teatro de Cultura Popular. A primeira edição da Semana foi realizada em janeiro de 2007 com a escalação de 5 títulos por Rodrigo e pelo CCN. Agora em 2008, a partir do sério trabalho cultural realizado TCP "Chico Daniel" em conjunto conosco - um namoro que dura a mais de dois anos - foi possível a estender a programação para mais dois dias, totalizando 7 filmes!

PROMOÇÃO

"O que é CULT para você?"

Pelo o segundo ano consecutivo o Cineclube Natal tenta desvendar o que são esses filmes de alcunha "CULT" montando uma programação de 7 títulos...err...CULTS!

Mas afinal, o que é "CULT" para você?
Trash, Alternativo, Independente, de Arte, ou outra coisa completamente diferente?!

Mande-nos a sua definição e ganhe um par de ingressos para a II Semana do Filme Cult. As respostas devem ter no mínimo duas linhas e serão recebidas até o dia 23.02.08 (domingo próximo) pelos endereços cineclubenatal@grupos.com.br (fórum) ou cineclubenatal@cineclubes.org.br.

II Semana do Filme Cult
Segunda a Dominigo, 18 a 24 de fevereiro, às 19h

dia 18 - Magic, Um Passe de Mágica;
dia 19 - Zaroff, o Caçador de Vidas;
dia 20 - Contos Imorais;
dia 21 - Maladolescenza;
dia 22 - A Montanha Sagrada;
dia 23 - A Tortura do Medo;
dia 24 - Meteorango Kid, o Herói Intergalático.

Classificação indicativa: Verificar no respectivo filme do dia
Ingresso: R$2,00 (no local)
Teatro de Cultura Popular: Rua Jundiaí, 641, Tirol(ao lado da fundação José Augusto)

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Sessão passada em fotos: "O Inquilino"

Cineclube Natal - 111ª exibição: O Inquilino

Suspense em torno de um edifício

Um apartamento, um suicídio e um novo inquilino, é em torno deles que se desenvolve a trama do longa da sessão de sexta-feira, "O Inquilino", exibido pelo Cineclube Natal em parceria com Nalva Melo Café Salão, que segue o ciclo temático O Filme Cult, divido nas sessões do Cine Café e na II Semana do Filme Cult, que acontecerá no Teatro de Cultura Popular, entre 18 e 24 de fevereiro. Para mais informações, clique aqui. “O Inquilino” é um filme dirigido e estrelado por Roman Polanski (O Bebê de Rosemary) e com Isabelle Adjani no elenco. Conta a história de um polonês que aluga um apartamento em um estranho edifício francês, que antes fora ocupado por uma suicida, ao descobrir aos poucos a história dela, o homem fica obcecado pela mulher.

Trelkovsky, o novo morador do edifício, é visto com desconfiança por seus vizinho, que na maioria são velhos reclusos, que passam a observá-lo com desprezo e suspeita. Aos poucos ele começa a presenciar coisas anormais em relação às atitudes deles, o intrigando e fazendo com que passe a investigar a morte de Stella, a jovem e bela inquilina suicida, que morrera ao pular da janela. O polonês passa a suspeitar de que os velhos a tenham levado à loucura e pensa estarem fazendo o mesmo consigo.

O clima do local misturado com o comportamento incomum dos seus vizinhos chega a convence Trelkovcky que eles desejam matá-lo. Este grande suspense de Roman Polanski, regado a toques de humor negro e sarcasmo, é a terceira e última parte da Trilogia do Apartamento, composta também por "Repulsa ao Sexo" e "O Bebê de Rosemary". A Sessão Cine Café que exibirá “O Inquilino” acontecerá dia 15 de fevereiro, às 20 horas. Os ingressos custarão R$ 2,00, sócios do Cineclube Natal e filiados à Adurn não pagam.

Assista aqui à abertura de O Inquilino:


Sexta-feira, 15 de fevereiro
20h
Classificação indicativa: 18 anos
Ingresso: R$2,00 (no local)
Informações: 3212-1655
Nalva Melo Café Salão
Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira

[FICHA TÉCNICA: O INQUILINO]
Título Original: Le Locataire

Gênero: Suspense

Elenco:Roman Polanski, Isabelle Adjani, Melvyn Douglas, Jo Van Fleet, Bernard Fresson, Lila Kedrova, Claude Dauphin, Claude Piéplu, Rufus, Romain Bouteille, Jacques Monod, Patrice Alexsandre, Shelley Winters

Tempo de Duração: 125 minutos

Ano de Lançamento (França): 1976

Direção: Roman Polanski

Roteiro: Gérard Brach e Roman Polanski, baseado em livro de Roland Topor

Produção: Andrew Braunsberg

Música: Philippe Sarde

Fotografia: Sven Nykvist

Direção de Arte: Claude Moesching e Albert Rajau

Figurino: Jacques SchmidtEdição: Françoise Bonnot

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Sessão passada em fotos: "O Bandido da Luz Vermelha"

Cineclube Natal - 110ª Exibição: O Decálogo - partes IX e X

Última oportunidade para conferir
os 10 mandamentos da sétima arte
O Decálogo - partes IX e X

O Cineclube Natal, em parceria com a Livraria Paulus exibirá próximo sábado, dia 09 de fevereiro, às 10:00 horas, as duas últimas partes de uma das maiores obras cinematográficas de todos os tempos, O Decálogo, de Krysztof Kieslowsky. A série completa do cineasta polonês reúne dez episódios inspirados nos mandamentos bíblicos do Velho Testamento. O Cineclube Natal já exibiu oito capítulos, terminando a saga no próximo sábado.

O Decálogo lança em dez média-metragens - de uma hora cada - um novo olhar sobre os dez mandamentos católicos. Mas para você que não conhece o tema, não é um estudo religioso. O filme como um todo pode ser até considerado teológico, mas é, antes de tudo, uma indagação religiosa de até onde o código moral proposto pelos mandamentos poderia ser seguido nos dias de hoje.

Os capítulos a serem exibidos são: IX- Não Desejarás a Mulher do Próximo e X- Não Cobiçarás As Coisas Alheias. No primeiro, um homem impotente insiste que sua esposa tenha um caso extra-conjugal. No segundo, dois irmãos descobrirão que o pai falecido possuía um segredo que pode lhes valer muito dinheiro: um raro selo. Partindo dessas simples premissas, o diretor polonês elabora verdadeiros estudos sobre a ética nas relações humanas, sem nunca cair em longos embates filosóficos sobre o que ocorre, deixando isso a cargo do incauto espectador.

O Cineclube Natal encerrará, portanto, o que considera um verdadeiro trabalho de amor ao cinema. Ainda sem lançamento nacional (a distribuidora Versátil prometeu um lançamento este ano), o Cineclube Natal exibiu legendado uma das maiores obras do cinema mundial, que o crítico americano Roger Ebert descreveu como "extraordinário".

Sessão Livraria Paulus
Sábado, 09 de Fevereiro
10h
Livraria Paulus
(Rua. Coronel Cascudo, 333, Cidade Alta)
Informações: 3211-7514
Entrada franca

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Cineclube Natal - 109ª Exibição: O Bandido da Luz Vermelha

O Bandido que mostra

o caos da modernização no Brasil

O Carnaval acabou e, com ele, o recesso do Cineclube Natal. E para curar a ressaca, o Cineclube Natal, em parceria com Nalva Melo Café Salão, exibirá na sua primeira sessão do ano: O Bandido da Luz Vermelha, filme de Rogério Sganzerla.

Um dos filmes mais importantes da cinematografia brasileira, no qual Sganzerla pôs em cena um anti-herói, o misterioso assaltante de residências luxuosas em São Paulo, como forma de retratar o caos produzido pela modernização conservadora do país, numa época em que os protagonistas mais comuns eram os camponeses, operários e intelectuais do Cinema Novo. A sessão Cine Café iniciará às 20 horas, com os ingressos a dois reais, mas os sócios do Cineclube e os filiados à Adurn não pagam.

Baseado na história do bandido que portava uma luz vermelha e que mantinha longas conversas com suas vítimas, o filme denota uma familiaridade muito grande com a história contada, pois a narração é feita à maneira dos programas policiais de rádio. O roteiro é outro elemento que ajuda nessa característica ao mostrar detalhes dos "anos de aprendizagem" do Bandido, na apresentação do delegado Cabeção e nas exatas palavras do casal de locutores que comentam os acontecimentos da cidade em que é transformada São Paulo no filme.

O filme marca a transição entre o Cinema Novo e o Cinema Marginal, possuindo, portanto, características dos dois momentos do cinema nacional. A forma narrativa de O Bandido da Luz Vermelha difere das alegorias presente no Cinema Novo e mostra o Brasil com o seu universo político por uma visão global do social. Não é a toa que o filme venceu no Festival de Brasília nas categorias de melhor figurino, melhor diretor, melhor montagem e melhor filme.

Rogério Sganzerla pôs em toda a sua obra uma força criadora e viva, que se desloca visivelmente das idéias tradicionais e secas de grande parte do cinema contemporâneo, atual ou não. Na sua carreira criou novas relações de linguagem com uma nova forma de olhar para a tela. E dentro deste campo que se insere O Bandido da Luz Vermelha. Sganzerla faleceu em 2004 sem realizar seu sonho: refilmar seu clássico com o ator Alexandre Borges no elenco. "Agora seria em cores, menos intelectualizado, mais pop, mais gibi, e com atores globais no elenco. O Alexandre Borges seria perfeito para fazer o bandido" disse em entrevista em 1998 ao jornal O Globo.

A sessão desta sexta-feira faz parte do ciclo temático O Filme Cult, divido nas sessões do Cine Café e na II Semana do Filme Cult, a acontecer no Teatro de Cultura Popular, entre 18 e 24 de fevereiro. Para mais informações, clique aqui.

Sexta-feira, 08 de Fevereiro
20h
Classificação indicativa: 16 anos
Ingresso: R$2,00 (no local)
Informações: 3212-1655
Nalva Melo Café Salão
Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira

[FICHA TÉCNICA – O BANDIDO DA LUZ VERMELHA]
Título Original: O Bandido da Luz Vermelha
Gênero: Drama
Origem/ Ano: BRA/ 1968
Duração: 92 min
Direção: Rogério Sganzerla
Elenco: Paulo Villaça – Bandido da Luz Vermelha, Helena Ignês – Janete Jane, Luiz Linhares – Delegado Cabeção.

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